Edmond Moise Safra levantou, em março deste ano, 1,4 bilhão de reais (cerca de 250 milhões de dólares na cotação atual) no exterior trabalhando junto de um grupo de especialistas argentinos para adquirir uma empresa no Brasil ou na Argentina. Ele é filho de Moise Safra, parente de um dos fundadores do banco Safra, Edmond J. Safra, e de Joseph Safra, o atual chairman do banco. O instrumento utilizado por ele é conhecido lá fora como SPAC (Special Purpose Aquisition Company), uma empresa aberta com capital de terceiros que possui o único objetivo de comprar uma participação minoritária em um bom negócio de capital fechado e levar a público as ações dessa empresa. Só houve um problema.
O grupo não encontrou nenhuma empresa — nem no Brasil, nem na Argentina — boa o suficiente para convencer os sócios a entrar no negócio. Precisou mudar o escopo do SPAC e comprar um banco americano. Fechou no fim de setembro a compra da Finance of America Companies, um banco especializado em crédito empresarial, a participação de aproximadamente 13,1% na nova empresa, que será listada na New York Stock Exchange (NYSE). De acordo com os documentos publicados na Securities and Exchange Commission (SEC, a CVM americana), não está clara a participação de Safra no novo negócio, mas a SPAC deve garantir posições no conselho do banco, o que abriria espaço para participação de Safra no negócio.
Ele terá como sócios um peso-pesado do mercado financeiro. A Blackstone Tactical Opportunities, braço de investimentos de oportunidade da gigante Blackstone, terá 70% do novo grupo assim que toda a transação for concretizada e as ações passarem a ser negociadas na bolsa de Nova York com o nome da Finance of America Companies. Isso é esperado para o primeiro semestre de 2021.
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