Passou mais de um ano desde que o presidente Jair Bolsonaro demitiu Marcos Cintra, o então secretário da Receita Federal, por defender a CPMF. Desde então, o ministro da Economia, Paulo Guedes, cozinhou em fogo brando a ideia de ressuscitar o imposto para conseguir desonerar a folha de pagamentos das empresas. Não conseguiu. No momento em que achou que poderia colocar para jogo sua proposta, foi atropelado pelas forças políticas que rechaçam a recriação de um imposto que com muito custo foi extinto em 2007.
Agora o ministro é cobrado por não permitir que outras ideias de reforma tributária avançam. Nesta terça-feira, 29, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, questionou o ministro. “Por que Paulo Guedes interditou o debate da reforma tributária?”, publicou nas redes sociais.
A reforma tributária é, neste momento, essencial para a retomada da economia brasileira. Ao invés disso, o governo lança propostas que avançam os limites da legalidade, como negar o pagamento de precatórios, para abrir espaço orçamentário e garantir votações populares. À beira do colapso fiscal, as reformas administrativas e a do Pacto Federativo também podem atrasar devido a um apego difícil de ser justificado ao nefasto tributo. Ao adotar a posição “ou CPMF ou nada”, o Brasil ficará sem nada.
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