A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) entrou com uma ação coletiva na Justiça de São Paulo contra 22 bancos nacionais e estrangeiros pedindo o pagamento de 19 bilhões de reais em indenização por perdas que as empresas teriam tido entre os anos de 2010 e 2011 com o cartel do câmbio. A associação alega que o cartel ficou provado pelo fato de boa parte dos bancos terem feito acordos de leniência, o que seria uma confissão, e o Cade já ter se manifestado pela a existência de indícios de infração. Alem disso, a AEB diz que o próprio processo do Cade interrompeu o prazo de prescrição do caso. O cartel foi denunciado em 2015 pelo banco suíço UBS, que confessou que os bancos agiram de forma coordenada para influenciar índices de referência dos mercados cambiais, por meio do alinhamento de compras e vendas de moeda.
Pelas contas da AEB, que reúne grandes exportadores brasileiros, cinco bancos responderiam por cerca de 90% do valor das perdas identificadas pelas empresas. São eles: HSBC (4,6 bilhões de reais), Itaú (4,3 bilhões de reais), Santander (3,8 bilhões de reais), Citi (2,9 bilhões de reais) e BNP (1,1 bilhão de reais). As contas foram feitas com base na diferença das taxas de câmbio praticadas pelas instituições.
O processo foi aberto no dia 04 de maio e a única manifestação do juiz até agora foi a de pedir um posicionamento do Ministério Público sobre o caso. Os bancos ainda não foram notificados oficialmente pela Justiça.