Veja Mercado | Fechamento da semana | 17/10 a 21/10
Ao longo da segunda semana de outubro, duas incertezas relacionadas a cargos de ministros deixaram os investidores inquietos. O primeiro, que não é de hoje, se refere a um eventual Ministério da Fazenda caso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se sagre vitorioso no pleito deste mês. Já o segundo cargo é o de primeiro-ministro do Reino Unido que, por mais que não houvesse expectativa de grande estabilidade, foi deixado vago apenas 45 dias após a posse de Liz Truss, que renunciou na quinta-feira, 21. A incógnita de quem ocupará esses postos dificulta eventuais precificações de investidores.
Quanto ao caso de Liz Truss, que pôs em xeque a hegemonia do Partido Conservador no governo inglês, o anúncio de sua saída do cargo veio pouco depois da nomeação de um novo ministro das finanças, Jeremy Hunt. A chegada de Hunt, há cerca de uma semana, trouxe alguma tranquilidade ao mercado, uma vez que ele prontamente sinalizou que iria reverter quase inteiramente um pacote econômico bilionário prometido por Truss, que havia espantado o mercado. Não foi suficiente. Truss deixará o cargo em breve, conforme a política para sua substituição se desenrola.
Já em terras brasileiras, nenhuma grande mudança na postura das campanhas de Lula e Jair Bolsonaro (PL) a respeito do suspense sobre a economia. Bolsonaro chegou a questionar o petista em debate sobre quem seria seu ministro da Fazenda, se eleito. A campanha de Lula, indica desinteresse na revelação de nomes mesmo com o acirramento da disputa. Entretanto, mesmo entre as incertezas, a diminuição da diferença entre as pontuações de Lula e Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto beneficiaram os papéis de estatais nas últimas quinta e sexta-feira, a partir do entendimento de que uma reeleição de Bolsonaro beneficia os acionistas.
Para ficar no radar dos investidores, os preços praticados pela Petrobras, que estão significativamente defasados em relação aos praticados no estrangeiro. Nos últimos dias, o Itaú BBA chegou a comentar a questão dos preços, trazendo tranquilidade quanto a um possível aumento, mas notando certa imprevisibilidade. Nas palavras do banco, “a empresa tem historicamente demorado mais para ajustar os preços dos combustíveis para cima do que para baixo”.
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