Um dos minoritários da CCR não vai deixar os controladores em paz tão cedo depois que a empresa resolveu pagar um “bônus delação” a executivos da empresa, que confessaram envolvimento em casos de corrupção investigados pela Lava Jato. O fundo Toro Bravo, administrado pela Aguila Capital, entrou com um pedido na Justiça para tentar bloquear os dividendos que serão pagos nesta sexta-feira aos acionistas. O pedido era para bloquear somente o pagamento que será feito aos controladores: Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e grupo Soares Penido. Mas o juiz negou o pedido de liminar. A ideia era se antecipar a uma arbitragem que vai começar em breve entre os acionistas da companhia. O minoritário quer que os controladores devolvam à empresa o dinheiro da leniência, algo em torno de 800 milhões de reais, e do bônus delação, de 81 milhões de reais. Os acordos foram fechados com a Justiça em 2018 e 2019.
Os minoritários dizem que, mesmo a empresa tendo usado o dinheiro que também lhes pertence, não sabem até hoje quem foram os executivos que participaram da delação e o que foi confessado, já que os acionistas controladores têm voto suficientes para aprovarem tudo. A CCR é dona de concessões de rodovias e aeroportos e foi a grande vencedora do leilão realizado pelo governo de Jair Bolsonaro no mês passado, quando pagou ágios de mais de 9.000% para ficar com a concessão de blocos de aeroportos.