Um dos partidos mais beneficiados pelas emendas de relator, que operacionalizam o orçamento secreto, o PT está ávido para acabar com o dispositivo — e por um motivo que envolve a governabilidade de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caso o ex-presidente sagre-se vitorioso na eleição de outubro. Além de atuar para que as RP-9 deixem de ser impositivas, como mostrou o Radar Econômico, parlamentares do partido vão além e trabalham para retirar qualquer montante destinado às emendas do Orçamento do ano que vem. A impositividade da emenda do relator caiu durante a votação do Congresso Nacional, nesta terça-feira, 12, o que desagradou a parlamentares da base do governo.
O deputado Enio Verri (PT-PR) já se posicionou dessa forma para retirar o dispositivo da Lei de Diretrizes Orçamentárias, a LDO, na Comissão Mista de Orçamento. Agora, no plenário, deputados petistas prometem tentar “acabar com o mal pela raiz” porque, segundo eles, a pressão para que a emenda de relator se torne impositiva vai voltar a cada discussão orçamentária. A leitura para tentar barrar as RP-9 é de que Lula, se eleito, encontrará um ambiente árido no Congresso Nacional e precisará de poder de barganha para encampar seus projetos.