Deu na capa do New York Times: o Brasil passa fome. O empreendedor social Edu Lyra reforça: o Brasil voltou ao mapa da fome no mundo, com 19 milhões de pessoas passando fome e 119 milhões em insegurança alimentar. “A nova fase do auxílio emergencial demorou demais e, quando chegou, veio menos e num momento em que a inflação subiu e o poder de compra diminuiu muito. Então tem que ter a filantropia junto”.
Mesmo depois de ter ultrapassado o volume arrecadado no ano passado para distribuição de cestas básicas com a sua campanha “Corona no paredão, fome não”, Edu Lyra viu que não era suficiente. Conversou com Leonardo Framil, presidente da Accenture no Brasil e América Latina que ajuda na gestão da Gerando Falcões, e disse que muita gente estava ficando para trás nas favelas. A pauta subiu, então, para a matriz da Accenture e hoje a empresa anunciou uma doação de 11 milhões de reais para que a Gerando Falcões distribua em comida, por meio de cartões de ajuda, para as famílias carentes brasileiras. É a primeira vez que a empresa globalmente faz este tipo de ação para o Brasil.
Framil disse ao Radar Econômico que a doação é fruto de um movimento que mobilizou os funcionários na Accenture no Brasil, que se engajaram fortemente para a campanha na fase match fund em que cada real doado por um funcionário era acrescido de outro da filial brasileira e que arrecadou perto de 1,5 milhão de reais. “O Brasil estava na capa do New York Times no domingo passado. O mundo percebe. Principalmente no momento em que outros países começam a se recuperar”. A empresa global também fez uma doação de mais 3 milhões de dólares para ser usada em compra de vacinas e outros projetos sociais em favelas.
A Gerando Falcões arrecadou até agora 39 milhões de reais e precisa chegar a 50 milhões de reais, o dobro do que foi arrecadado no ano passado durante a primeira onda. “É o dobro do problema que temos neste ano, precisamos arrecadar pelo menos o dobro”, diz Lira. Qualquer doação pode ser feita pelo site https://gerandofalcoes.com/coronanoparedao