Um dos maiores fundos de investimento do mundo não bota mais um centavo no Brasil no governo Bolsonaro. Em uma conversa com empresários brasileiros, o head da América Latina da BlackRock, Dominik Rohe, afirmou que o fundo só voltará a investir no país com a mudança de governo, possivelmente no ano que vem.
Ele pautou sua fala no negacionismo do presidente Jair Bolsonaro, no cenário de juros e inflação altos e no que classificou como um excesso de promessas, sem qualquer retorno, por parte do ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo ele, Guedes promete demais e entrega de menos. Rohe não crê no andamento de qualquer projeto do ministro neste ano.
Segundo o relato, o fundo também teria capacidade de dobrar a sua presença no Brasil rapidamente, se assim quisesse. O BlackRock já estaria se aproximando, em meados de 2021, dos 10 trilhões de dólares sob sua gestão, de acordo com o jornal The Wall Street Journal. Trata-se um valor em torno de seis vezes o PIB que deve ter sido registrado pelo Brasil, no ano passado.
Depois da publicação da nota, a BlackRock enviou posicionamento ao Radar Econômico, reproduzido a seguir: “A BlackRock é uma gestora de ativos global e diversificada. Somos investidores de longo prazo. Estamos no Brasil desde 2008 e já investimos no país muito antes disso. Seria antitético no nosso papel como fiduciário excluir oportunidades de investimento em uma das maiores economias do mundo das opções que oferecemos a nossos clientes. De fato, só contando iShares, administramos o maior fundo de ações no Brasil, o BOVA11, maior fundo de ações que investe em empresas brasileiras, o EWZ”.
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