Advogados que representam a J&F vêm afirmando que o subprocurador Alexandre Camanho, que se opôs à revisão dos valores do acordo de leniência da empresa no âmbito da Operação Lava-Jato, não poderia ter participado do julgamento da questão na 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal. Em 2018, Camanho foi investigado por suposto envolvimento com o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, um dos alvos da delação de dirigentes da J&F.
O subprocurador foi flagrado pela Polícia Federal em conversas com Loures, que acabou preso e acusado de receber propina quando era assessor especial do então presidente Michel Temer. Para advogados da J&F, Camanho é parte interessada e, portanto, deveria ter se declarado suspeito em relação ao caso. Camanho é um dos três integrantes da 5ª Câmara e tem sido, até agora, o mais inconformado adversário da redução dos valores do acordo de leniência da empresa.