O período sem pagamento de dividendos da Embraer, que dura cerca de seis anos, deve se “exaurir nos próximos trimestres”, segundo o vice-presidente e diretor financeiro da companhia, Antônio Carlos Garcia. O executivo frisou a jornalistas que a única razão para o não pagamento são prejuízos acumulados ao longo de anos que inviabilizam uma priorização dos dividendos. “Nos impede de pagar”, disse em evento que marcou os 55 anos da Embraer, na quinta-feira, 29. Apesar da “seca”, as ações da Embraer sobem cerca de 110% no acumulado de 2024 até o final de agosto. O diretor de relações com investidores da exportadora de aviões, Guilherme Paiva, afirmou que a situação deve mudar na virada do ano. “No final deste ano ou no começo do ano que vem, deve ser zerado (o prejuízo acumulado) e a gente vai voltar a pagar pelo menos o dividendo mínimo de 25% do lucro líquido”. A empresa não entra em detalhes do quanto exatamente deve ser pago aos acionistas no futuro, mas indica que os dividendos não serão prioridade nas suas finanças. “Na medida que a Embraer continuar vendo possibilidades de desenvolver novos produtos que vão gerar valor para o acionista, a prioridade vai continuar sendo a regressão do capital para produzir novos aviões que nos permitam continuar crescendo”, disse Paiva. Durante o evento, realizado na B3, Antônio Garcia sugeriu aos presentes que não esperassem dividendos vultosos como os da Petrobras.