Uma suspeita de dumping — venda de produtos por preço abaixo do custo de produção — pode alterar as importações de proteína suína da China. O país asiático lançou uma investigação na última semana contra exportadoras do produto da União Europeia, o que tem o potencial de beneficiar os produtores brasileiros, na avaliação do Itaú BBA. Serão investigadas primordialmente as importações de carne de porco ocorridas em 2023. Em relatório, o banco brasileiro elenca as ações da BRF, JBS e Marfrig como as com maior potencial de ganho em decorrência desse embate, caso a China tome medidas antidumping efetivas contra a Europa. A avaliação é de que o Brasil está bem posicionado para suprir a demanda chinesa se isso ocorrer. Além da alteração nas vias de importação de proteína suína, o Itaú aponta que o eventual encarecimento dos produtos europeus por conta de medidas antidumping poderia elevar o consumo de outras carnes, como a de frango, em alguma medida — o que também beneficiaria as brasileiras. Atualmente, o Brasil é o principal país exportador de proteína de porco para a China, com 400 mil toneladas, mas fica atrás do continente europeu como um todo, que exporta 697 mil toneladas, segundo o relatório.