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A culpa de Jair Bolsonaro no ato terrorista segundo o general Santos Cruz

Ex-ministro de Bolsonaro, o general diz que a incapacidade do ex-presidente em reconhecer o resultado das urnas inflou um grupo de apoiadores mais radicais

Por Felipe Mendes Atualizado em 13 jan 2023, 07h34 - Publicado em 12 jan 2023, 15h06
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  • O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo, disse ao Radar Econômico que a omissão do ex-presidente Jair Bolsonaro em reconhecer a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições estimulou os atos terroristas protagonizados por bolsonaristas em Brasília, no último dia 8. O dano causado com as depredações do patrimônio público pelo grupo de milhares de pessoas ultrapassa 3 milhões de reais — para Santos Cruz, uma tragédia que poderia ter sido evitada. “Sem dúvida, se o Bolsonaro tivesse se manifestado logo depois da eleição, como presidente que ainda era, ele poderia ter trazido mais calma para esse público de apoiadores, o que daria mais estabilidade o país”, afirma ele. “Mas ele preferiu passar dois meses sem falar nada e, de quebra, ainda foi embora durante seu período de governo.”

    Para ele, o governo empossado tem o trabalho de discutir como agir em relação às chamadas fake news (notícias falsas), já que a desinformação é o principal método entre os grupos de apoiadores de Bolsonaro. “Faz muito tempo em que no Brasil há uma tolerância da irresponsabilidade, devido a uma sensação de impunidade por parte da população. Há um volume imenso de fake news, algo criminoso, em que também não há providência nenhuma. Esse acúmulo de irresponsabilidade fez com que chegássemos a esse ponto, onde as pessoas acham que a liberdade é algo sem limites”, afirma Santos Cruz.

    Santos Cruz diz, ainda, que seria irresponsabilidade dizer que as forças armadas não reconheceram a eleição de Lula e que, por isso, estariam “protegendo” os apoiadores de Bolsonaro, como circula em grupos de redes sociais. Nesta quinta-feira, 12, Lula disse que confia em seu atual ministro da Defesa, José Múcio, e que está esperando a “poeira baixar” para identificar agentes que foram coniventes durante o ato terrorista. “Eu não tenho dúvida que os comandantes das Forças Armadas são pessoas respeitadas e exemplares. Culpar as autoridades militares é querer transferir a responsabilidade política no acontecido”, diz Santos Cruz.

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