Aglomerados subnormais? Não mais! O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) oficializou a mudança proposta a partir da iniciativa do projeto “Favela no Mapa”, desenvolvido em parceria entre o Data Favela, a CUFA (Central Única das Favelas) e o IBGE. Me orgulho profundamente ter participado desse projeto, que retira o termo favela do lugar pejorativo e ampliar a visibilidade das favelas e comunidades urbanas, como a grande potência que são.
Ao abrir portas para recenseadores em diversas regiões do Brasil, o Favela no Mapa também tinha intenção de reduzir o percentual de domicílios em comunidades que ainda não haviam respondido ao censo, além de superar desafios como a ausência de moradores, recusas de participação, domicílios ocultos (nos fundos das favelas ou em lajes) e dificuldades de acesso.
Essa mudança de denominação é histórica não apenas para a sociedade em geral, mas principalmente para os moradores das favelas, pois ajuda a eliminar os estigmas negativos associados à palavra “favela”. Além disso, contribui significativamente para promover a mobilidade social e combater preconceitos que cercam essas áreas urbanas. Além disso, é um passo fundamental para garantir que as favelas sejam recenseadas de forma precisa e que os dados coletados sejam mais representativos da realidade do país.
A união entre a CUFA e o Data Favela permitiu que o IBGE acessasse esses caminhos e obtivessem o verdadeiro reconhecimento da favela, como espaços criadores de potência, cultura e resistência. A parceria que colocou os números da favela no Mapa agora coloca o nome ‘favela’ nas estatísticas nacionais. É a favela no mapa do Brasil e do IBGE.
O termo Aglomerados Subnormais foi criado na década de 1980 para se referir às favelas brasileiras. A mudança na denominação é mais do que uma simples questão de palavras; é um gesto significativo em direção à inclusão, quebra de estigmas e à valorização das comunidades urbanas que há muito tempo merecem reconhecimento e respeito. A conquista é fundamental para que todos os brasileiros e que o mundo todo enxergue e respeite as favelas como espaços de resistência, cultura e criatividade.
Com o nome “Favela” agora oficialmente registrado nas estatísticas do IBGE, as favelas brasileiras finalmente conquistaram seu lugar no mapa do Brasil e na consciência coletiva da nação.