Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Por Trás dos Números Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Renato Meirelles
Renato Meirelles é pai da Helena, acredita que a Terra é redonda, está à frente do Instituto Locomotiva e, neste espaço, interpreta os números muito além da planilha Excel
Continua após publicidade

O brasileiro é politizado?

Rejeitar rótulos como esquerda e direita não é sinônimo de alienação

Por Renato Meirelles 20 abr 2022, 12h16

À primeira vista, os brasileiros parecem desinteressados em política. Para começo de conversa, a maioria de nós não se identifica como “de esquerda” ou “de direita”, fato confirmado por uma pesquisa recente do Instituto Locomotiva. O mesmo levantamento apurou que mais da metade do país desiste de continuar uma conversa quando seu interlocutor tem opiniões divergentes sobre alguma figura política ou sobre temas ligados a esse universo. Os que nunca expõem suas opiniões políticas são 38% da população – índice que chega a 52% dentre os que não se identificam com nenhuma ideologia.

Há duas maneiras de olhar para esses dados. A primeira é concluir que o brasileiro é, de fato, um povo despolitizado. A segunda – a meu ver, muito mais produtiva – é tentar entender porque os rótulos tradicionais não têm dado conta dos anseios políticos da maioria.

As condições econômicas e sociais do país pioraram muito nos últimos anos. Sofremos com a inflação, com o desemprego, com a volta da fome. Quando boa parte da população não sabe se conseguirá fazer ao menos duas refeições por dia, ideologias políticas começam a parecer, infelizmente, problemas secundários.

Ademais, na esteira de grandes escândalos de corrupção, a política tradicional passou por um processo de demonização pura e simples, ficando deslegitimada como espaço de harmonização de conflitos. Some-se a isso a proliferação de notícias falsas, que torna o ambiente das redes sociais cada vez mais tóxico, e é fácil compreender porque tantos brasileiros não querem se meter em discussões que envolvam partidos, candidatos ou ideologias.

Continua após a publicidade

Acontece que há muitas maneiras de ser politizado. Ser militante de um movimento social é uma delas, mas o que dizer de quem estimula os pequenos negócios do seu bairro ou se engaja em campanhas solidárias? Não seriam também maneiras de – com o perdão do trocadilho – tomar partido?

Encarado dessa forma, o problema deixa de ser a suposta falta de politização dos brasileiros – até porque ninguém sabe ao certo o que é “ser politizado” no século XXI. Pelo contrário, faltam respostas, por parte das lideranças políticas tradicionais, capazes de cativar essa maioria refratária aos velhos rótulos ideológicos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.