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Seis promessas de Elon Musk não cumpridas pelo Cybertruck da Tesla

Picape elétrica futurista seria o veículo capaz de sobreviver ao apocalipse começou a ser entregue aos compradores, mas decepciona em vários aspectos

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 18h51 - Publicado em 1 dez 2023, 17h24
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  • Apresentado pela primeira vez no final de 2019, a picape Cybertruck, da Tesla, seria o modelo mais revolucionário da montadora de Elon Musk. O projeto era um desejo antigo do empreendedor de criar um design futurista, com boa capacidade de carga, grande autonomia e proteção a seus ocupantes. Seria o modelo capaz de sobreviver ao apocalipse. E as primeiras imagens e apresentações mostravam exatamente isso. Apesar das linhas retas não terem agradado a todos, é impossível ficar indiferente ao Cybertruck.

    Na quinta-feira (30), o modelo finalmente começou a ser entregue aos primeiros compradores. Além do enorme atraso, afinal, a data de lançamento foi sendo empurrada de 2021 para 2022 e, finalmente, para 2023, várias das promessas originais não foram cumpridas. Os consumidores também são obrigados a ficar com o carro por pelo menos um ano antes de poderem revendê-lo – mesmo que suas expectativas não tenha sido cumpridas.

    Confira seis pontos controversos do aguardado lançamento:

    Preço
    Quando apresentou a picape, Musk afirmou que o modelo mais simples, com um único motor e tração nas rodas traseiras, custaria US$ 39.900. A versão com dois motores e tração nas quatro rodas seria mais cara (US$ 51.100) e o topo de linha, Cyberbeast, com três motores e foco em performance, chegaria a US$ 71.100. Após tantos atrasos, o veículo chegou ao mercado com valores substancialmente maiores: US$ 60.990 (R$ 300 mil) para a versão básica, US$ 79.990 (R$ 390 mil) para a intermediária e US$ 99.990 (quase meio milhão de reais) para a Cyberbeast, além de uma taxa de entrega não especificada (o frete de outros modelos da Tesla, por exemplo, custa US$ 1.390).

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    Autonomia
    Musk havia dito que o Cybertruck seria capaz de rodar por até 500 milhas, ou cerca de 800 quilômetros, com uma única carga em seu motor elétrico. As unidades entregues nesta semana, no entanto, chegam apenas a 340 milhas, ou 547 quilômetros, aproximadamente. Ainda assim, é uma autonomia razoável para um modelo do tamanho da picape. Será possível comprar uma bateria adicional, que ocuparia o espaço da caçamba, para alcançar 470 milhas (756 km).

    Capacidade de carga
    A ideia original era oferecer uma picape capaz de carregar 1,5 tonelada na caçamba. A versão entregue hoje aos compradores carrega apenas 1,1 tonelada. Apenas um pouco melhor que a Ford F-150 Lightning, modelo que Musk vê como principal concorrente na categoria das picapes elétricas grandes.

    Capacidade de reboque
    Assim como a capacidade de carga, Musk havia dito que o Cybertruck seria capaz de rebocar quase 6,3 toneladas. Nos Estados Unidos, o reboque é uma necessidade primordial para os clientes que buscam uma picape. A versão final, no entanto, consegue puxar “apenas” 5 toneladas. Novamente, apenas um pouco melhor que as 4,5 toneladas da F-150 Lightning.

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    Proteção aos ocupantes
    Elon Musk afirmou que o Cybertruck aguentaria ser metralhado por uma “Tommy Gun”. Em demonstrações, absorveu o impacto de pistolas de 9mm, as mais populares do mercado. Mas analistas duvidam da real capacidade do veículo de proteger os ocupantes – e a Tesla tem um histórico de fazer afirmações que não se sustentam na vida real. Além disso, é impossível esquecer da apresentação física em que Musk garantiu que a janela era inquebrável para, segundos depois, ver o vidro ser quebrado por uma pedra lançada pelo designer Franz von Holzhausen. “Pelo menos não atravessou”, disse o empresário.

    Acabamento
    A Tesla não vende seus modelos no Brasil, então ainda não tivemos a oportunidade de ver um Cybertruck de perto. Mas há relatos de consumidores que viram a picape ao vivo e perceberam problemas no acabamento, como diferenças no alinhamento da tampa da caçamba e má qualidade de materiais usados. É algo difícil de aceitar em um modelo tão caro e tão aguardado.

    Nos Estados Unidos, o mercado de picapes elétricas grandes já têm concorrentes de peso, tanto modelos de montadoras tradicionais, como a já mencionada F-150 Lightning, da Ford, e a Silverado EV, da Chevrolet, até novatas no mercado, como a Rivian R1T. Além de estar chegando atrasada, a Tesla terá dificuldades em convencer o público de que o Cybertruck é uma alternativa à altura.

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