Ícone dos ‘muscle cars’, Mustang completa 60 anos e ganha nova geração
Sétima linha do modelo esportivo da Ford chega ao mercado brasileiro como último dos ícones americanos dos anos 1960 ainda à venda
Logo nos primeiros minutos do filme “Bullitt“, clássico de 1968 estrelado por Steve McQueen, há uma cena de perseguição de carros de entrou para a história do cinema. O policial Frank Bullitt (Queen), dirigindo um Ford Mustang GT Fastback 1968 verde persegue um dos bandidos, num tentam fugir em um Dodge Charger preto. A sequência é alucinante e até hoje impressiona. Sem música, só o ronco dos motores V8 e o som dos pneus cantando em cada curva feita em alta velocidade. Foi naquele momento que o Mustang, lançado apenas quatro anos antes, tornou-se de vez um ícone. Um carro potente, estiloso e de grande personalidade. Agora, celebrando 60 anos, o Mustang ganha uma nova geração, a sétima, mais moderna.
Há mudanças visuais em relação à sexta geração. “Ele ficou mais musculoso, como se tivesse ainda menos gordura corporal”, diz Andrea Sagiorato, designer de cores e materiais na Ford. As linhas ficaram mais marcadas, e o resultado é um visual mais limpo. Elementos icônicos, como a silhueta cupê, inspirada nos modelos fastback, as lanternas e o spoiler traseiro mantém a personalidade do modelo. O interior foi inspirado em jatos de caça. Portanto, transmite a sensação de que o motorista está sentado em um cockpit, com a grande tela, dividida em duas, levemente inclinada. O console é alto, com os controles perto das mãos. Há refinamento, também, com volante revestido em couro e uso de texturas diferentes no painel e nas portas. Será vendido em oito cores, sendo duas inéditas: vermelho zadar e azul algarve.
Dentro do enorme capô há um motor Coyote V8 de 488 cavalos de potência e 58 kgfm de torque capaz de acelerar de 0 a 100km/h em apenas 4,3 segundos. Ele foi calibrado para entregar 80% do torque em rotações mais baixas (até 2.000 RPM). Tem 5 modos de condução: normal, esportivo, escorregadio, pista e pista drag (esse último ideal para disputas de aceleração). Dá para customizar muitos elementos, do som do motor e do escapamento à sensibilidade do acelerador.
Além da potência bruta, o modelo tem bastante tecnologia embarcada. Desde a suspensão, que é capaz de detectar buracos em tempo real e evitar maiores danos aos pneus e rodas, até a conexão sem fio com smartphones, passando por apps que medem a performance nas pistas, sistema de som de alta qualidade e até a partida remota, função desenvolvida pelo time de engenharia brasileiro, o modelo quer mostrar que pode entregar uma experiência refinada e atualizada para as demandas atuais do mercado.
Com o lançamento, o Mustang GT é o último dos “muscle cars” ainda à venda. É o fim de uma era. Os carros cupé americanos potentes, de duas portas, tornaram-se referência em velocidade e estilo de vida entre as décadas de 1960 e 1970. Mas nos últimos anos perderam espaço e foram sendo lentamente descontinuados. No ano passado, a Chevrolet lançou a versão de despedida do Camaro. Também em 2023, a Dodge apresentou o derradeiro Challenger SRT Demon 170, outro ícone das estradas e pistas. Por serem carros extremamente potentes, também são máquinas que consomem muito combustível. E com as mudanças climáticas e a preocupação crescente com as emissões, há maior cobrança por eficiência energética e por alternativas eletrificadas. A Ford já lançou o Mustang Mach-E, totalmente elétrico, mas com um porte de SUV e uma proposta mais familiar. Para aqueles que gostam do visual clássico do esportivo, essa pode ser a última chance.
O novo Mustang GT começa a ser vendido nesta segunda-feira (25) por R$ 529 mil e o primeiro lote deve ser entregue aos consumidores até o final de julho.
Assista à clássica cena de perseguição de “Bullitt” abaixo. O filme está disponível para aluguel em plataformas de streaming e vale muito a pena ser visto – especialmente por quem curte carros clássicos.