A estratégia do ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), para fazer da esposa Cida Borghetti (PP) governadora do Paraná segue basicamente dois pontos: garantir a maior coligação possível e reduzir o número de postulantes ao cargo. A primeira etapa vem sendo cumprida. Barros está no Ministério da Saúde, um dos maiores orçamentos da União, desde maio de 2016 e Cida deve assumir o governo do estado em abril. A força do casal nunca foi tão grande junto a deputados, prefeitos e vereadores, o que aumenta a possibilidade de se garantir um amplo arco de apoio.
O segundo passo depende do primeiro e é um pouco mais complicado, mas está igualmente em andamento. Consiste em minar as candidaturas do deputado estadual Ratinho Júnior (PSD) e do ex-senador Osmar Dias (PDT), dificultando alianças, criando embaraços políticos, e reduzindo assim tempo de televisão, palanques e estrutura no interior. Tudo isso sem interromper o diálogo com quem está do outro lado.
A ideia é pressionar Ratinho e Osmar com igual intensidade e ao mesmo tempo para que pelo um deles desista da disputa. Do mesmo modo, é sempre cogitada uma “alternativa” de composição para ambos, seja uma candidatura ao Senado ou uma vaga de vice. “O casal Ricardo e Cida acredita que pode definir a eleição antes mesmo dela começar. Só acomodando todo mundo e deixando o espaço aberto para a Cida”, diz um parlamentar paranaense próximo a ambos.
Quem pisca primeiro?
Os adversários têm resistido até o momento. Volta e meia, porém, pipocam notícias sobre a desistência de um ou de outro. “A estratégia é manter a pressão até que um deles pisque e saia do jogo”, explica um político paranaense, que complementa: “Eles não fecham a porta para ninguém e estão sempre se movimentando. Sempre articulando. Ninguém quer o Ricardo Barros de inimigo.”