Olimpíada sem luxo
Apesar da grande expectativa com a chegada de milionários aos Jogos, o mercado de aluguéis de iate terminou frustrado
A chegada de ricaços dispostos a despejar seus dólares na cidade olímpica era aguardada ansiosamente por quem trabalha com o setor de luxo no Rio de Janeiro. Maike Schlegel, ex-comissária de bordo da primeira classe da Varig que há dezesseis anos aluga iates para empresários e celebridades, não esconde a decepção. Poucas semanas antes da Olimpíada, dois clientes desistiram – um deles um dono de banco norte-americano – sob a alegação de que estavam com medo do vírus da Zika. Ela não revela quem são porque, nesse mercado, resguardar nomes é praticamente lei. Um chefe de estado europeu que havia marcado um passeio pela Baía de Guanabara cancelou e foi embora mais cedo.
Maike tem em seu histórico de passeios pelas águas cariocas as cantoras Rihanna e Jennifer Lopez e o ator Tommy Lee Jones. Desta vez, das poucas estrelas presentes, fora os atletas, nenhuma quis navegar nos iates de 90, 100 e 120 pés. Os que embarcaram eram convidados de alguma empresa e só puderam fazer o percurso de ida e volta da Marina da Glória ao Pão de Açúcar até no máximo 11h, para não atrapalhar a competição de vela. “Ficou muito aquém da expectativa. As lanchas permaneceram paradas e a baía estava suja. Os que foram passear criticaram o volume de preservativos, absorventes e objetos de plásticos boiando na água”, diz Maike.