Titular da capela instalada aos pés do Cristo Redentor, o padre Omar Raposo anda com a agenda carregada. Só na sexta-feira, carregou a chama olímpica na passagem da tocha pelo santuário, distribuiu sinais da cruz a pedestres no Boulevard Olímpico, no Centro e, à noite, ainda verá a abertura dos jogos em lugar de honra no Maracanã, a convite do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman. “Eu frequento o estádio desde criança para acompanhar o Fluminense. Ali também já vi o papa, a abertura do Pan-Americano e da Copa das Confederações. Mas esta oportunidade agora é única”, diz.
A amizade com Nuzman, que é judeu, vem de longe — inclusive, celebrou, no santuário do Cristo, a cerimônia religiosa do casamento da filha dele. O padre Omar, de 37 anos, é figura conhecida na cidade. Sempre veste batina para rezar missa a fieis e nem tão fieis no alto do Corcovado, em oito idiomas. Às vezes, puxa o coro de Jesus Cristo, de Roberto Carlos, e garante que os gringos acompanham no ritmo. Durante a Olimpíada, planeja instalar uma TV na saída da capela, como fez na Copa do Mundo. “Sempre junta gente para dar uma olhada”, diz. Também está programando uma feijoada na outra igreja em que celebra missa, na Lagoa, zona Sul do Rio, com direito a telão para assistir à final do futebol. No meio tempo, ainda agendará com a Secretaria de Turismo uma canja em algum ponto do Centro, onde cantará sambas do seu CD. Vai precisar de fôlego de atleta.