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O Som e a Fúria

Por Felipe Branco Cruz
Pop, rock, jazz, black music ou MPB: tudo o que for notícia no mundo da música está na mira deste blog, para o bem ou para o mal
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Quem é Charli XCX, a cantora pop nada recatada que debocha de Taylor Swift

Iconoclasta e malcriada assumida, a britânica faz barulho ao preencher o papel da bad girl que não se furta a polemizar com as artistas boas-moças

Por Mariana Carneiro 15 jun 2024, 08h00

Charli XCX tinha apenas 15 anos quando anunciou que iria sair de casa para morar em Londres com um amigo que conheceu na internet e promovia raves ilegais. Desesperados, seus pais conseguiram convencê-la a ficar no meio-termo: em vez de se mudar, ela poderia apenas tocar nas festas, acompanhada por eles. Foi com essa atitude pirracenta, em 2008, que a adolescente conseguiu lançar sua carreira de cantora. Hoje, aos 31, Charli rejeita o figurino de boa-moça, tão comum entre as estrelas, e assume, sem rodeios, a fama de malcriada. Apoiada por um público fiel, a nova bad girl do pop decidiu nomear seu recém-­lançado sexto álbum, de Brat — em inglês, “pirralha”. As provocações já começam na capa do disco — um quadrado verde simples, sobre o qual o título é escrito em baixa resolução. Enquanto alguns se revoltaram com a singeleza, outros aplaudiram. Em post no X, Charli justificou a escolha com um rasgo feminista: “A demanda constante por acesso aos corpos e rostos de mulheres em capas de álbuns é misógina e entediante”.

BRAT – Charli XCX [Disco de vinil]
How I’m Feeling Now – Charli XCX [Disco de vinil]

Conhecida pelos hits Boom Clap e Fancy, Charli se consolidou não só por trabalhar com produtores incensados da música eletrônica, mas pela postura desafiadora. Numa era em que o pop parece alérgico à incorreção política — as rádios estão lotadas de artistas como Taylor Swift, que falam das dores da feminilidade e de relações tóxicas em letras chapa-branca —, a atrevida Charli chega para fazer um providencial contraponto. Não à toa, os fãs a identificam como uma anti-Taylor — e ela não deixa de incentivar a rivalidade. Sympathy Is a Knife, canção do novo álbum, deu margem para especulações nesse sentido nas redes. Na música, Charli canta sobre uma garota que a deixa insegura, destacando: “Não conseguiria ser ela, nem se eu tentasse / Somos opostas, estou do outro lado”. O detalhe capcioso é que ela diz não aguentar mais ver a tal garota nos bastidores do show de seu namorado (hoje noivo), George Daniel, baterista da banda The 1975. O grupo ganhou notoriedade no ano passado, quando Taylor viveu um namorico de um mês com o vocalista, Matty Healy. “Dedos cruzados, espero que eles terminem logo”, canta Charli. Ela não assume, mas também não nega as conjecturas sobre o alvo real de sua letra.

CRASH – Charli XCX [Disco de vinil]

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As ousadias da moça vão muito além. Na faixa Spring Breakers, ela se imagina incendiando a cerimônia do Grammy: “Derramei um monte de gasolina no carpete, acendi um cigarro, dei uma tragada, então apenas o joguei”. O delírio tem razão de ser. Indicada duas vezes à premiação, em 2015, ela diz que desde então tem sido esnobada em razão das suas atitudes fora da curva. “As pessoas não querem ver garotas gostosas e malvadas prosperarem”, brincou nas redes quando não recebeu indicações pelo álbum Crash, de 2022. Charli XCX pode não ganhar o Grammy — mas faz barulho.

Publicado em VEJA de 14 de junho de 2024, edição nº 2897

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