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O Som e a Fúria

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Pop, rock, jazz, black music ou MPB: tudo o que for notícia no mundo da música está na mira deste blog, para o bem ou para o mal
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Os bastidores do primeiro show de Maria Bethânia em um festival

Em entrevista a VEJA, Gabriel Andrade, fundador do Coala Festival, em São Paulo, contou como foram as negociações para convencer a cantora

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 set 2024, 11h58 - Publicado em 15 set 2022, 15h08

Após um hiato de dois anos em decorrência da pandemia, o Coala Festival retornará neste fim de semana pela primeira vez com três dias de duração, de sexta-feira, 16, a domingo, 18, no Memorial da América Latina, em São Paulo. Conhecido pela apurada curadoria, em que intercala nomões da MPB com as novas promessas da música pop brasileira, o festival realizou um feito notável ao conseguir escalar a cantora Maria Bethânia para fechar o evento no domingo. A artista era uma das únicas que, até hoje, não havia aceitado participar de nenhum festival, já que seu show intimista não combinava com eventos de grande porte. Em entrevista a VEJA, Gabriel Andrade, fundador e curador do Coala, explicou como se deu a negociação para convencê-la e fez um balanço do festival, que completa oito anos em 2022.

Além de Bethânia, a edição deste ano terá Gilberto Gil, Djavan, Alceu Valença e Gal Costa, e novos talentos como Liniker, Bala Desejo e Marina Sena (veja a programação completa abaixo).

Coala Festival em 2019, no Memorial da América Latina -
Coala Festival em 2019, no Memorial da América Latina (Wesley Allen/Divulgação)

Como curador, quais foram os desafios para se diferenciar entre tantos festivais que estão ocorrendo, especialmente com um line-up de artistas brasileiros? Com o represamento de shows causado pela pandemia, ficou muito difícil se diferenciar em curadoria de festivais, já que todos estão acontecendo muito próximos um dos outros. Para mim, o line-up precisa ser coeso. Tudo ali deve fazer sentido. Eu tenho que agradar um público muito específico que gosta de música. Não estou tentando agradar vários públicos diferentes. Meu recorte são as pessoas que gostam de música. Às vezes, você vê festivais com vários nomes bons, mas que não combinam entre si.

Como você define o perfil desse público que ‘gosta de música’? Não é tanto um perfil e, sim, um olhar para a música. No nosso festival, a música é a protagonista. Não digo que quero atrair um público específico, tipo sertanejo ou rap, ou uma geração, tipo Z ou Millennial. Essa coisa de tribo já está velha. As mesmas pessoas vão hoje a shows de rock, a bloquinho de carnaval, a uma balada underground eletrônica ou a um show da Anitta. E está tudo bem. Festivais no Brasil eram associados ao rock, tanto que tem muito festival por aí que tem até rock no nome, com chamariz para atrações internacionais.

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Você percebe uma redescoberta do público jovem pelos medalhões da MPB, como a Gal, Bethânia e Gil? Sim. Os festivais têm um papel muito importante nisso. A experiência de ver um show dessa turma em uma casa de espetáculos fechada é completamente diferente de um festival. Na casa de shows você fica sentado, é outra vibe. Ao colocarmos essa turma em um contexto de festival, a experiência fica mais acessível ao jovem – e também é mais barato. Eu vi o show do Gilberto Gil no Rock in Rio. Que experiência incrível! Super alto-astral, com o público jovem cantando junto. Recentemente, meu primo mais novo chegou para mim e disse: “Preciso te apresentar um artista que você vai gostar muito: Jorge Ben Jor (risos)“. Quer dizer, ele está descobrindo essa turma.

Nos últimos anos, Maria Bethânia tem se apresentado apenas em casas de shows fechadas. Como foram as negociações para convencê-la a se apresentar ao ar livre em um festival? Estamos tentando trazê-la desde 2018. É um processo longo. Em 2019 quase conseguimos, mas ela precisou cancelar toda a turnê. Os shows dela são quase teatrais. Conseguimos atender todas as exigências dela, como som, cenografia e também de cachê. Ter a Bethânia conosco foi uma vitória muito grande. Quem já viu o show dela sabe que é impactante.

Confira os horários do Coala Festival 2022:

16 de setembro (sexta-feira)

14h: abertura dos portões
14h: Gustavo Treze
14h40: Tasha & Tracie
15h20: Eunãotodoido
15h55: Liniker
16h45: Peroli
17h20: Gilberto Gil
18h20: Deekapz
18h55: Mayra Andrade
19h50: KL Jay
20h25: Djavan

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17 de setembro (sábado)

11h: abertura dos portões e DJ set da curadoria
13h: Vitória Nicolau
13h30: Rachel Reis
14h10: Odara Kadiegi
14h45: Ana Frango Elétrico
15h25: DJ Tudo
16h: Alceu Valença
17h: BRIME
17h35: BK’
18h20: Ubunto
18h55: Bala Desejo
19h50: Tata Ogan
20h25: Gal Costa part. Rubel e Tim Bernardes

18 de setembro (domingo)

11h: abertura dos portões e DJ set da curadoria
12h30: Liz Tibau
13h315: Chico Chico e Juliana Linhares
14h00: Miria Alves
14h35: Nego Bala
15h20: DJ Diaz
15h55: Marina Sena
17h20: Rodrigo Amarante
18h10: Cinara
18h45: Black Alien
19h40: Discopédia
20h25: Maria Bethânia

Coala Festival em 2019, no Memorial da América Latina -
Coala Festival em 2019, no Memorial da América Latina (Wesley Allen/Divulgação)
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