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O Som e a Fúria

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O cálculo pragmático que fez Rock in Rio incluir sertanejos na programação

Pela primeira vez em seus 40 anos de história, o festival fluminense terá noite com Chitãozinho & Xororó e outros astros da música caipira

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 Maio 2024, 11h10 - Publicado em 29 abr 2024, 15h25
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  • Poucos meses antes da abertura dos portões do Rock in Rio, em 2019, ocorria em Goiânia o festival Villa Mix. O evento no interior do país atraiu cerca de 120 000 pessoas em cada um de seus dois dias de programação, com nomes como Luan Santana e Simone e Simaria. Um recorde até hoje não superado em Goiás. O público daquele festival foi maior do que o do Rock in Rio e, desde então, o gênero se tornou uma força difícil de ignorar. Cinco anos depois, o Rock in Rio cede ao ritmo caipira e terá sua primeira noite sertaneja na história do festival, contando inclusive com Luan e Simone, os dois artistas que já naquela época arrastaram uma multidão para o interior do país.

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    Apesar do criador do Rock in Rio, Roberto Medina, sempre fazer questão de dizer que evento já nasceu diverso, com vários ritmos diferentes em sua escalação desde a primeira edição, sempre houve, porém, uma certa resistência a incluir ritmos mais populares. O funk, o samba, o pagode e axé foram ritmos que acabaram incorporados com louvor, inclusive com um palco dedicado a eles, o Favela. O sertanejo, no entanto, ainda era o Calcanhar de Aquiles do festival.

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    Nos últimos anos, Roberto Medina já havia dado sinais de que isso iria mudar, ao dizer que gostaria de convidar Luan Santana para a próxima edição, e frisar que o via como uma mistura de pop com sertanejo. No ano passado, no entanto, Roberta Medina, filha do empresário e vice-presidente do festival, justificou a ausência do sertanejo em entrevista para divulgar o festival The Town, a versão paulista do Rock in Rio: “Tem tantos ritmos que não estão aqui dentro. O Brasil é sertanejo e a gente não tem nada contra. Mas o The Town e o Rock in Rio seguem uma linha pop rock”.

    Pois o mundo dá voltas. A noite do dia 21 de setembro foi escolhida pelos organizadores como uma data especial de homenagem aos ritmos brasileiros. E, claro, o sertanejo será uma delas, com a escalação de uma das maiores duplas do país, Chitãozinho & Xororó, que convidará ao palco novos astros do gênero, como Luan Santana, Simone Mendes e Ana Castela, esta última uma das artistas mais ouvidas do Brasil no ano passado.

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    Apesar da demora em incluir o sertanejo no maior festival de música do Brasil (e um dos maiores do mundo), os organizadores chegaram à conclusão pragmática de que é impossível ignorar o sertanejo. Há mais de vinte anos o ritmo se mantém inabalável no topo das músicas mais ouvidas do país. Sua força, portanto, é incontestável. Além disso, o sertanejo arrasta multidões em outros festivais pelo Brasil, como festas de peão de boiadeiros e baladas como Villa Mix (inclusive em Portugal). O dinheiro que circula nesses ambientes, tanto do público quanto dos patrocinadores, supera 1 bilhão de reais, grana que vem do agronegócio, um dos setores mais pujantes do país.

    Por fim, há a questão econômica internacional. Com o dólar nas alturas, nunca foi tão caro trazer um artista estrangeiro para o Brasil. Nos últimos anos, pipocaram festivais interessantíssimos cujo lineup era formado apenas por artistas brasileiros. O Rock in Rio, é claro, agora surfa nessa onda com a justificativa de homenagear a diversidade da música brasileira e economiza uma baita grana de cachê ao pagar os artistas em real e não em dólar.

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    Se tem um mal do qual o Rock in Rio não sofre é da falta de venda de ingressos. Em entrevista a VEJA em 2023, Roberto Medina disse que cerca de 210 000 pessoas retornam todos os anos ao festival — ou seja, do total de 750 000 ingressos colocados à venda, 210 000 são vendidos antes mesmo de as atrações serem anunciadas. Trata-se de um público que vai ao festival apenas pelo prazer de ir e, não, pela música que será tocada. Evidentemente, muitas pessoas irão chiar com a escalação dos sertanejos no Rock in Rio e a velha ladainha de que o festival é “rock” porque tem o gênero no nome vai voltar. Não importa, a força do interior do país, o dinheiro que o ritmo movimenta e, claro, o imenso contingente de fãs, que ainda não estavam contemplados, falaram mais alto.

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    Mais difícil do que convidar sertanejos para o festival, falta ainda um sonho a ser realizado por Medina, convencer o cantor Roberto Carlos a ser uma das atrações da noite. Essa, sim, é uma missão complicadíssima.

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