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O Som e a Fúria

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‘Nunca pensei em sair do Slayer’, diz o guitarrista Kerry King

O guitarrista conversou com VEJA sobre o show solo que fará no Brasil e também sobre lançamento de seu novo disco

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 abr 2025, 09h00

Um dos nomes mais importantes do thrash metal, o guitarrista Kerry King, fará sua estreia no país com sua banda solo após o fim do Slayer. O show acontecerá no festival Bangers Open Air no domingo, 4 de maio. O músico, que esteve no Brasil nesta semana, conversou com VEJA sobre a expectativa para o show no Brasil, de seu novo álbum solo, From Hell I Rise, da nova banda e dos shows que fará com o Slayer esse ano e que, segundo ele, não significam um retorno do grupo e sim, apresentações especiais e pontuais. “Não haverá turnê do Slayer. Não haverá novos álbuns do Slayer. Todas as minhas músicas novas são da minha banda”, disse.

Apesar de todo amor pela música, a resposta mais longa de King foi mesmo quando questionado sobre os Raiders, o time de futebol americano que ele torcedor. Ele deu dicas para o time voltar a vencer, após décadas de derrotas. “Me contratem. Amo futebol”, brincou. Confira a seguir os melhores trechos da entrevista: 

Como será o show no Bangers Open Air no Brasil? Acabei de descobrir que vamos tocar por uma hora. Vou ter que espremer entre 13 a 15 músicas. Vamos preencher essa hora com o máximo que pudemos tocar. Espero o melhor dos fãs brasileiros e eles podem esperar o melhor de nós. Estou ansioso. Eu gostaria que fosse neste fim de semana e estou animado para fazer isso.

Jim Louvau disse que a música Toxic fala sobre o cansaço político nos EUA, e a letra demonstra isso. O que você pensa sobre a política americana atualmente e por que letras como essa são importantes? Nunca pensei que não estaria no Slayer. Eu não estava pronto para sair quando o Tom decidiu se aposentar. Então, eu continuo compondo como sempre. Não busquei fazer nada diferente. Na minha cabeça, o Slayer era uma extensão minha. O álbum From Hell I Rise poderia ser um álbum do Slayer. É claro, sou um pouco diferente, mas continuo na mesma vibe. Gosto de bandas que já sei como soam. Sei como soa AC/DC. Gosto do Judas Priest porque Rob Halford é o deus do metal e eles sempre soaram como Judas Priest. E eu acho que as pessoas vão querer que Kerry King soe como Kerry King. Fiquei numa banda por uns 40 anos, o que é muito tempo e vomitar algo que sei que meus fãs e amigos não vão gostar, simplesmente não é o meu estilo.

Você já esteve no Brasil várias vezes. O que você acha do público brasileiro? Adoro vir para a América do Sul. Já se passaram seis anos desde a última visita. Estou feliz que todos os caras novos da minha banda possam ver como é tocar o meu estilo de música aqui, porque os fãs simplesmente adoram. Existe uma conexão muito grande entre mim e os fãs, e agora minha nova banda poderá vivenciar isso. 

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Você e o Slayer têm uma base enorme de fãs no Brasil. Qual é o segredo? Vou te contar, a comunidade latina no mundo todo é assim, então em toda a América do Sul, além dos italianos, espanhóis e portugueses, adoram. É o que chamamos, no Slayer, de Slaytanic Hispanics. Os latinos amam metal. Felizmente é isso que eu toco.

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O guitarrista Kerry King (Jim Louvau/Divulgação)

Você já disse que o Slayer não faria mais shows. Neste ano, no entanto, a banda fará cinco apresentações. O que mudou? Em 2019, anunciamos a turnê final e Tom já estava decidido a se aposentar. Agora, Tom está aposentado. Eu nunca imaginei que não estaria no Slayer. Eu esperava que tudo o que eu fizesse fosse para o Slayer, mas isso me foi tirado muito prematuramente. Então, em 2024, estávamos recusando ofertas de shows o tempo todo. Mas, eu pensei, em 2024, é um aniversário de cinco anos [do fim da banda]. Depois disso, no entanto, as pessoas continuaram querendo shows. Passamos a escolher fazer alguns ocasionalmente. Este ano, faremos com o Black Sabbath, do qual tenho a honra de participar, concordamos com isso. Então, montamos alguns shows em torno disso. Estamos refazendo o show do ano passado que perdemos devido a um furacão. E, sim, não haverá mais turnê do Slayer. Não haverá novos álbuns do Slayer. Todas as minhas músicas novas são da minha banda.

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Qual música do Slayer é sua favorita? É uma pergunta difícil. Historicamente, gosto de Raining Blood. Bom, todo mundo gosta de Raining Blood. Pessoalmente, eu diria Repentless, porque comecei a escrevê-la sobre a perspectiva de vida do Slayer e acabei escrevendo mais sobre a perspectiva de vida do Jeff. Então essa foi minha música para meu irmão.

Hoje, como é seu relacionamento com seus companheiros do Slayer? Estamos bem. Fizemos dois shows no ano passado. Eu não sabia o que esperar. Quando chegamos ao local de ensaio para o primeiro dia, tudo normal, como se tivéssemos acabado de sair em turnê há dois dias. Nos reunimos, fizemos um monte de gente feliz e nos apresentamos bem – e não foi estranho. Quebramos tudo no palco. É o que sinto mais falta. Depois do segundo show, Tom veio até meu camarim e tomamos uma dose de tequila e nos despedimos com um “até a próxima”.  

O Sepultura anunciou que está encerrando suas atividades também. O que achou da notícia? Fiquei triste. Adoro o Andreas e o Paulo. Esses caras são velhos amigos meus e espero vê-los antes que encerrem as atividades.

Capa do álbum From Hell I Rise, de Kerry King
Capa do álbum From Hell I Rise, de Kerry King (//Divulgação)
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Phoenix, no Arizona, meio que se tornou a terra natal dos ídolos do heavy metal. Rob Halford tem casa lá. Max Cavalera também. O que a cidade tem para atrair essa turma toda? Morei dez anos lá, de 1988 a 1998. O Mustaine também viveu por lá. Cara, eu não tenho a mínima ideia da razão da cidade ter abrigado tanta gente. É estranho que a gente acabe vivendo lá, porque é quente como um inferno. 

Alice Cooper, Slash e você sempre gostaram de cobras. O que esse animal tem de tão interessante para você? No começo, para mim, era porque eles não precisavam de cuidados diários enquanto eu viajava. Enquanto eu tivesse algum corajoso para enfiar a mão lá dentro e trocar a água, eles ficariam bem. Como eu ficava muito tempo fora, eu não podia ter um cachorro, gato ou pássaro porque o cuidado é diário. Meu raciocínio foi: eles não precisam ser alimentados diariamente. Não precisam de amor. Não dão a mínima para você. E eles são legais de olhar. Então, meio que faz sentido um cara do Slayer ter cobras. Fazia sentido para mim e eu gostava. 

Como um fã devoto do Raiders, um time da NFL que não ganha nada há séculos, espera que a equipe melhore nesta temporada, agora que o Tom Brady comprou parte da franquia?  Acho que a melhora do time não vai ter nada a ver com o fato do Tom Brady ter comprado ela. Não me importo que ele faça parte da franquia. Acho que se eles forem melhores neste ano, será porque temos Pete Carroll como head coach. Tenho ingressos para a temporada dos Raiders porque morei em Las Vegas e conheço muito dos executivos. E eu digo a eles sempre – alguns são bons amigos meus – como vocês podem se comprometer com a excelência? Os Raiders são péssimos. Não existe mais essa história de “apenas vencer”. Vocês não sabem como ganhar jogos. E eu digo a eles o que eu acho que está errado no time. Eu digo para me contratarem para ser um assistente ou algo do tipo. Me contratem como alguém que você possa trocar ideias. Eu amo futebol. Eu entendo muito do futebol americano. Claro, não sei tanto quanto os técnicos, mas tenho um excelente bom senso futebolístico. Eu amo meu time, sabe. Não sou torcedor casual. Mas que eles são ruins, eu tenho certeza que são!

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