Após virar 2ª mais ouvida no mundo, Anitta agora quer influenciar eleição
De "poderosa do funk" ao interesse na política nacional, entenda as mudanças que Anitta fez na carreira para emplacar nova imagem vitoriosa
Anitta ainda não chegou não lá, mas quase: nesse exato momento, está a um passo do primeiro lugar no Top 10 do Spotify. Nesta quinta-feira, 24, a música Envolver atingiu a segunda posição do ranking global da plataforma, com 3.559.791 execuções em apenas um dia. Um feito jamais atingido por nenhum brasileiro. À frente dela, resiste apenas a banda de indie rock britânica Glass Animals, com a baladinha fofa Heat Waves (4.344.384 execuções no dia) – que provavelmente será ultrapassada pela brasileira em breve. A bem-sucedida posição que Anitta ocupa no ranking é só em parte responsabilidade dos brasileiros – até porque a música é cantada em espanhol, de olho não só na América Latina, mas na vasta comunidade hispânica nos Estados Unidos. De sua terra natal, ela extraiu 1,5 milhão de execuções diárias. Mais da metade das audições, portanto, veio de outros países. Sob qualquer ângulo que se analise, trata-se de um incontestável hit global.
Embora Anitta venha galgando pequenas conquistas internacionais nos últimos anos, a nova fase da artista é resultado de um calculado projeto de construção de imagem e consolidação de marca que ela começou a desenvolver quando decidiu seguir carreira no exterior. Lançada em 11 de novembro de 2021, a música estourou só agora, depois de viralizar no TikTok com uma dancinha batizada de “El Paso de Anitta”. Mas, até chegar lá, ela veio construindo uma imagem em que assumia personas diferentes para três tipos de público: o americano, o hispânico e o brasileiro. Em cada mercado, deu uma repaginada no visual. No Brasil, onde sua imagem andava um tanto saturada, a mudança foi maior. Uma coisa, no entanto, não se alterou: o perfil de “musa empoderada”, criado lá atrás com o Show das Poderosas.
Se nos palcos brasileiros ela continua se apresentando com trajes sumários, de bumbum de fora e rebolando até o chão, nas redes sociais ela assumiu uma postura politizada. Tudo começou após a eleição de 2018, quando ela começou a discutir e a aprender sobre a política nacional com a comentarista Gabriela Prioli, em concorridas lives no Instagram. Depois, engatou alguns bate-bocas com deputados e ministros. Agora, ela tirou da cartola uma campanha para estimular os jovens a votar no pleito deste ano. No Twitter, avisou que só vai tirar fotos com fãs de mais de 16 anos se eles tiveram tirado o título de eleitor. A artista quer incentivar os mais jovens a votarem nas eleições deste ano e tem feito campanha ativa contra o atual presidente, Jair Bolsonaro.
Tá com tempo hein, meu querido? 🤦🏽♀️ infelizmente esse dia eu tô fora do país trabalhando, ganhando dinheiro fora, pagando a taxas corretamente e trazendo pro nosso país em seguida, sabe o que é isso? Eu topo depois das eleições (q eu ñ sou idiota de te dar esse palco pré votação)
— Anitta (@Anitta) February 23, 2022
“Vamos lá galera, que vocês ficam falando ‘Anitta faz alguma coisa’, mas não dá para salvar o país sozinha, não. Vamos coçar o saco vocês também. Faz esse título de eleitor aí logo. A gente muda o presente [depois ela se corrigiu dizendo “muda o presidente”]. Eu viro top 1, a Bruna Marquezine estrela de Hollywood e a nação segue adiante”.
Vamos lá galera… que vocês ficam falando "Anitta faz alguma coisa" mas não dá pra salvar o país sozinha não. Vamo coçar o saco vocês também..faz esse título de eleitor aí logo..a gente muda o presente, eu viro top 1, a @BruMarquezine estrela de Hollywood e a nação segue adiante
— Anitta (@Anitta) March 23, 2022