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Machado de Assis era gênio coisa nenhuma

O maior escritor brasileiro de todos os tempos começou publicando plágios medíocres de Gonçalves Dias

Por Maicon Tenfen Atualizado em 30 out 2017, 07h59 - Publicado em 30 out 2017, 07h55

George Bernard Shaw começa um de seus artigos assim:

— Gênios não existem! Sei disso porque sou genial!

Shaw tem razão em ridicularizar essa coisa de “ser gênio”, uma das maiores furadas da nossa história cultural.

Vejamos o caso de Machado de Assis. Faz décadas que a palavra “gênio” passou a fazer parte do seu nome. Ouvimos isso na TV, na boca dos professores, nos eventos literários, na imprensa e até em artigos e livros acadêmicos.

No dicionário, “gênio” é um substantivo que serve para designar a “pessoa que possui aptidão natural para algo; dom”. Aí é que está o problema. “Dom” e “aptidão natural” são conceitos que difundem a ideia de que Machado e outros ícones já nasceram prontos.

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“Quem é bom vem do ovo”, diz a sabedoria popular, e no entanto não encontramos nada mais falso e desestimulante.

Comparados ao que se escrevia na época, os textos iniciais de Machado eram bem ruinzinhos. A Palmeira, um dos primeiros poemas que publicou, é de uma trivialidade que beira o constrangimento.

Como é linda e verdejante
Esta palmeira gigante
Que se eleva sobre o monte!
Como seus galhos frondosos
Se elevam tão majestosos
Quase a tocar no horizonte!

Machado de Assis
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Poucos apostariam que aquele garoto que plagiava Gonçalves Dias para se inserir no clima patrioteiro do Romantismo seria capaz, anos mais tarde, de escrever romances como Quincas Borba e Dom Casmurro. Ao contrário do que supõem os que acreditam em genialidades e afins, a literatura de Machado amadureceu aos poucos, com tempo, estudo e paciência.

Se é verdade que possuía uma inclinação para a palavra escrita, não é menos verdadeiro que, com muito esforço, fez essa inclinação evoluir a níveis até então inatingíveis. Esse é o maior legado de Machado aos estudantes brasileiros. Sua arte e sua história nos mostram que tudo é possível, apesar das adversidades pessoais e do clima cultural pouco frutífero em que vivia/vive o nosso país.

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