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Ele volta no tempo para dar aos torcedores (alerta de!) spoilers do que ainda vai acontecer
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Brasil e Equador: quem é o maior?

Comentarista do Futuro viaja até 1991 para tentar entender o time de Falcão e explicar ao leitores da época o que as seleções disputam hoje, na pandemia

Por Claudio Henrique
Atualizado em 1 jun 2021, 13h34 - Publicado em 1 jun 2021, 12h50

Palavras são como jovens craques: quando menos se espera, sapecam um drible desconcertante na gente. É o chamado “jogo-moleque” da língua portuguesa. “Seleção”, por exemplo, tornou-se nome próprio dos times que representam um país, mas obviamente é uma alusão (claríssima!) à “escolha”. Assim, o nosso Escrete Canarinho poderia perfeitamente se chamar “Triagem Brasileira”. O importante é que estão em campo “os melhores”, o suprassumo do nosso futebol. Daí eu ter chegado do futuro ansioso e curioso para ver de perto, aqui no Chile, este time brasileiro que tem Márcio Bittencourt, Neto, Sílvio, Mazinho Oliveira e João Paulo como titulares na Copa América de 1991. O futebol também faz das suas piruetas irresponsáveis, caro leitor! Brasil e Equador, cuja distância no futebol sempre foi continental, daqui a 30 anos estarão em outra disputa: a de campeão na América Latina em vítimas e casos de Covid-19, vírus que será o bicho-papão em 2021, de onde venho. Explique-se: futebol sul-americano e pandemia estavam batendo bola quando deixei o século 21. Mas era só “bola-fora”.

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Ah, julho de 1991… Que louco voltar a poder ligar a TV nesses dias pós-Guerra do Golfo – a primeira vez na vida que achei que o mundo ia acabar! Pensei algo parecido ao ver ontem aquela cabeçada do Equador na trave brasileira, já nos segundos finais da partida. Que sufoco! Ganhamos ali ó, na conta, 3×1, mas já adianto que desta vez não vai dar Brasil nessa Copa América. Pudera. A habilidade e o refino que Falcão esbanjava como jogador só estamos vendo nos ternos do novo treinador. Alerta de spoiler: não será ele o único a iniciar a carreira de treinador já na seleção, sem nunca antes ter comandado um clube. Daqui a menos de 10 anos, o futebol brasileiro repetirá esse equívoco ao alçar ao cargo outro volante de sucesso com a camisa verde-amarela. Mas este terá a vantagem de manter na função as caneladas que cometia nos gramados. Aguardem!

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Mas voltemos ao time do Falcão. Márcio Bittencourt, até vocês já devem imaginar, terá que guardar com carinho as fotos desta Copa América, pois esta camisa ele não veste mais. O nosso bravo centroavante Silvio “Mariola” também não fará história em nosso selecionado. Mas ainda vai rodar muito por aí, inclusive na Europa, até terminar a carreira, em 2005, no escrete do Coruripe, time de Alagoas. Outro jogador do Bragantino escolhido pelo técnico para a competição, Mazinho Oliveira, não demora a gravar seu nome na história, mas de uma forma nada gloriosa: em 1995 será contratado por um popular time brasileiro para formar o que chamaremos de “ataque dos sonhos”, mas vai acabar perfilando-se no banco mesmo. Se liga, Paulo Roberto! Seleção é escolha dos melhores! Quer saber? Vou entregar logo: Falcão não chega ao fim do ano no comando do Brasil. Rechitégui falei! – e não me perguntem o que é isso.

Justiça seja feita: a defesa que se segurou como pôde ontem no Sausalito tem uma, digamos, “espinha dorsal” que nos levará a glórias no futuro da seleção. Para o próximo técnico que assumir já deixo aqui uma dica. Taffarel, Ricardo Rocha, Márcio Santos, Mauro Silva e Branco: não deixem esses rapazes de fora das próximas convocações. Principalmente o último. A propósito, na próxima Copa, nos Estados Unidos, registre-se uma estratégia que deve ser seguida à risca. Anotem aí, por favor: falta longe da área contra a Holanda? É o Branco que bate.

Apesar da pressão que sofremos ontem, a história mostra que o Equador é um freguezaço do Brasil. Já demos de 9×1 e 9×2 neles! E também mandamos um belo e sonoro 7×1 – placar que o tempo fará se aderir pra sempre ao nosso futebol. O importante é que vencemos, com aquele golzinho do Luiz Henrique aos 44 do segundo tempo – e não é força de expressão, foi aos 44 mesmo. Mas em 30 anos a gente não vai dar assim tanto valor a uma conquista de Copa América, podem acreditar! Culpa dos dirigentes do esporte no continente, que vão decidir competir com a Libertadores e realizar um torneio desse tipo quase todo ano.

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Em 2021, de onde venho, será uma batata-quente que ninguém vai querer pegar. Preocupados com os números crescentes da pandemia que já revelei aqui, Colômbia e Argentina vão pular fora, desistindo de sediar a competição. E adivinhem quem vai levantar o dedinho e “pedir a bola”, se oferecendo pra receber este maravilhoso e virulento evento esportivo? Nós, claro, obra e graça de outro comandante, uma espécie de “Falcão do Planalto”. Placar da peleja quando entrei na máquina do tempo:

Brasil – 463 mil mortes por Covid; Equador – 20.572 mortos. Uhu! Mais uma vez estamos dando de goleada

FICHA TÉCNICA

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Data: 15-07-1991

Competição: Copa América: Estádio Sausalito

Cidade: Viña Del Mar (Chile)

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Árbitro: Juan Francisco Escobar Valdez (Paraguai

Brasil: Taffarel, Mazinho, Ricardo Rocha, Márcio Santos, Branco, Mauro Silva, Márcio, Neto (Luís Henrique), Mazinho, Sílvio (Careca), João Paulo.

Técnico: Falcão

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Equador: Ramírez, Montanero, Tenorio, Quiñónez, Capurro – Bravo, Carcelén (Garay), Ron (Burbano), Aguinaga – Muñoz, Avilés.

Técnico: Dušan Draškovic

Gols:

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1º tempo: Mazinho Oliveira (8’); Carloz Munhoz (12’);

2º tempo: Marcio Santos (9’); Luiz Henrique (44’);

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