De volta a Brasília no início da madrugada de hoje, o presidente Jair Bolsonaro, seu filho Flávio e o general Floriano Peixoto, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, concluíram que valeu a pena o preço pago a Ratinho, apresentador de programa no SBT, para que ele fizesse propaganda da reforma da Previdência.
Ratinho embolsou R$ 268.500 para falar bem da reforma no seu programa e para entrevistar Bolsonaro como fez ontem à noite. O quadro chamado “Dois dedos de prosa com Ratinho” durou pouco mais de uma hora. Foi uma entrevista chapa branca, como era o seu objetivo. Ratinho levantava a bola para que Bolsonaro cortasse.
Quando achava que Bolsonaro respondia de maneira confusa ao que lhe fora perguntado, Ratinho saia em socorro dele. Aconselhou-o a sorrir mais quando aparecesse na televisão. A certa altura, olhando para a câmera, falou diretamente ao seu público e disse: “Vocês acham que se a reforma da Previdência fosse ruim eu a defenderia?”.
A reforma esteve no centro da entrevista, mas Ratinho provocou Bolsonaro a falar sobre outros temas que ele muito aprecia. Por exemplo: a facada que levou em Juiz de Fora. Ou o comunismo que ameaçaria o Brasil. “Eu sou apaixonado pelo general Floriano”, disse Ratinho. E, sentado no auditório, o general agradeceu, sorridente.
O governo reservou R$ 6,5 milhões para gastar com a propaganda da reforma. Mas esse valor poderá ser ultrapassado.