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O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Um cabo e um soldado

O deputado federal mais votado da história eleitoral do país ameaça com cabo e soldado o STF e isso é reduzido a manifestação inadequada?

Por Tânia Fusco
23 out 2018, 14h00 • Atualizado em 30 jul 2020, 20h14
  • Primeiro, afasta de mim esse cálice*. Depois, chama o ladrão**. Porque estamos bem lascados. Por derradeiro, nosso Judiciário no corner. Pede água à espera do próximo round. Perdeu os primeiros?

    Um dos bolsonaros filho, como todo mundo viu porque muito bem gravado, tascou: Não precisa nem de jipe para fechar o STF. Basta um cabo e um soldado.

    O Superior Tribunal Federal, STF em sigla, vem a ser (ou deveria ser) o guardião da Constituição. Por assim dizer, protetor da legalidade democrática. Pois então.

    Atônitos, dizemos uns para os outros: Não estou acreditando (no que temos vivido neste processo eleitoral). Rempli de sois même, Rosa Weber, Ministra Presidente do STF, fiscal das eleições, tranquiliza: No Brasil as instituições estão funcionando normalmente. (Estão?) E juiz algum que honra a toga se deixa abalar por qualquer manifestação que pode ser compreendida como inadequada.

    I-na-de-qua-da. O deputado federal mais votado da história eleitoral do país ameaça com cabo e soldado o STF e isso é reduzido a manifestação inadequada?

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    Pensa que acabou? Nani, nani. A ministra completou: “O vídeo foi desautorizado pelo candidato”. Viu só?

    Mais ou menos assim, seu filho mata alguém, você “desautoriza”. Pronto. Tudo resolvido.

    O Bolsonaro pai-candidato, dono de largo prontuário de ameaças às mulheres, negros, índios, pobres, gays, estatais, ministérios, cultura e à democracia, agora fakemente contido, veio a público para tranquilizar ainda mais Rosa Weber: Já adverti o garoto. “Advertiu”. Enérgico, viu?

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    Carregado por quase dois milhões de votos paulistas, o garoto advertido e inadequado, que costuma batizar de vagabunda e ameaçar com surra e morte mulheres jornalistas, vem representar o estado na Câmara Federal. “Somos fortes. É nóis contra eles”, adverte.

    Com a sabedoria de quem foi a primeira mulher a presidir o Superior de Justiça, a jurista (?) Eliana Calmon, que não deve estar incluída no “eles” do garoto, analisa: “Bravata de um menino inconsequente e imaturo”. Compreensiva, né? Muito.

    Nada é notícia fake. Repetitivo falar, escrever, apontar isso tudo para um país anestesiado, pronto para, resignadamente, ser atirado ao mar. Por um cabo e um soldado? Sem jipe.

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    Hollywood
    Toda manhã, para ganhar meu pão
    Vou ao mercado, onde se compram mentiras.
    Cheio de esperança
    alinho-me entre os vendedores.
    (Poema, Bertold Brecht).

    * Afasta de mim esse cálice. Da música “Cálice”, de Chico Buarque e Gilberto Gil, 1973.
    ** Chama o ladrão. Da música “Acorda, amor”, de Julinho da Adelaide, pseudônimo de Chico Buarque para driblar a censura. 1974.

     

    Tânia Fusco é jornalista, mineira, observadora, curiosa, risonha e palpiteira, mãe de três filhos, avó de três netos. Vive em Brasília. Às terças escreve sobre comportamentos e coisinhas do cotidiano – relevantes ou nem tanto 

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