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Por Coluna
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Resenha do terror

Não é samba do reinado louco. É funk da má intenção

Por Tânia Fusco
Atualizado em 30 jul 2020, 19h20 - Publicado em 6 nov 2019, 11h00

“O pior ainda está por vir…” A frase é do presidente JMessias. Abriu esta primeira semana de novembro e foi referência ao óleo que, há três meses, polui mar e praias do Nordeste, ameaça o Norte e parte do Sudeste. Diante de tantos sobressaltos impostos pelo governo e seus próximos, “o pior ainda está por vir” vale mesmo como uma espada sobre nossas cabeças.

Nunca todos viram, ouviram e sofreram tantos absurdos – abusos, deboches, expressão de preconceitos, agressões, deselegâncias, provocações, mentiras – perpetradas pelo núcleo central do poder político no Brasil.

O presidente, filhos e ministros estão à vontade. Como se tivessem certeza certa: nada acontecerá qualquer que seja a barbaridade feita ou proferida por eles. Com a vitória nas eleições ganharam um reinado absolutista, independente e superior ao poder de outros órgãos do Estado.

Não é samba do reinado louco. É funk da má intenção. Pesadão. Não são tontos, nem burros ou insanos. São mal-intencionados. E, parece, suas exibições de perversidade ativa levam ao corner os outros poderes que, ora mordem, ora assopram, mas não exercem sua obrigatória autoridade. Comportam-se como se manietados estivessem.  Isso assusta tanto quanto o desvario dos desinibidos autocráticos em exercício.

Produzem uma bomba atrás da outra – às vezes, duas/três ao dia. Mas, em proposital e cínico jogo do contrário, alardeiam perseguição. Como fez o comandante-em-chefe na semana passada: “O tempo todo infernizando a minha vida, porra!” (É textual, parte do live, feito na Arábia Saudita, pelo descontrolado PR, pai da trupe).

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Aos costumes, finesse zero.

Foram 15 minutos de impropérios e ameaças – à imprensa, ao governador do Rio.  Seria a resenha da semana, que foi punk, um tom acima do habitual descaso pelo cargo pela população que governa. Teve mais.

O príncipe Eduardo, ameaçou com reedição do AI5 – o ato institucional que, em 1968, escancarou a ditadura militar no país. Para amenizar, papai-em-chefe garantiu: Não passa de “um sonho” do garoto.

Sonho deles, pesadelo nosso – cada vez mais medonho, por tudo e tanto que temos assistido. Aí incluindo a condescendência do SuperMoro que, depois das desculpas do garoto Eduardo pela ameaça à democracia, assim, em passant, decretou: Caso encerado.

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Para o Ministro da Justiça em exercício ameaça à democracia é coisa que se resolve com um pedido de desculpas. É isso mesmo? É.

Mas a semana ainda teve mais dos mesmos, atuando no modo diarreia verbal. Em nova live presidencial, a propósito de eventual contaminação óleo derramado em terra e mar, o Secretário da Pesca, Seif Júnior, tranquilizou: “O peixe é um bicho inteligente. Quando ele vê uma manta de óleo ali, capitão, ele foge, ele tem medo. Então, obviamente que você pode consumir seu peixinho sem problema nenhum. Lagosta, camarão, tudo perfeitamente sano. ”

Essa engasgou até capitão-presidente, que tossiu e, tossindo, tentou consertar: “Obviamente, de vez em quando, fica ali uma tartaruga na mancha de óleo… um golfinho pode ficar… pra não dizer que ninguém fica, né? Mas tudo bem…

Tudo bem para quem, capitão?

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  1. Para o peixe inteligente?
  2. Para o líder indígena Paulo Paulino Guajajara, do grupo Guardiões da Floresta, que foi emboscado e assassinado na Terra Indígena Arariboia, no Maranhão?
  3. Para os seis generais que pegaram o quepe e deixaram o Planalto, pedindo demissão?
  4. Para o porteiro do Condomínio Vivendas da Barra?
  5. Para os que temem o pior que ainda está por vir?

Tânia Fusco é jornalista 

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