Um ministro de Estado, dos que cercam o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, admitiu, ontem à noite, que a atriz Regina Duarte, Secretária de Cultura do governo, poderá de uma hora para outra pedir as contas e ir embora.
Montou-se outro cerco, este em torno da atriz, para evitar que ela renuncie ao cargo. Por ingênua, Regina acreditou que ganharia a Secretaria com a porteira fechada – quer dizer: podendo nomear a sua equipe à sua semelhança e ao seu gosto.
E acreditou, também por ingenuidade por que não foi por falta de aviso, que teria carta branca para tocar a política cultural com maior autonomia. Anda cada vez mais nervosa desde que assumiu o cargo. Por muito pouco, anteontem, não pediu demissão.
O ministro reconhece que uma saída dela tão abrupta causaria danos à imagem do governo, especialmente à de Bolsonaro uma vez que Regina é muito popular. Daí porque todos no palácio aconselham Regina a manter-se firme, a resistir e a ir em frente.
Os três filhos Zero do presidente – Flávio, senador, Carlos, vereador e Eduardo deputado – torcem para ver Regina pelas costas. Como aplicados discípulos do autoproclamado filósofo Olavo de Carvalho, acham que a escolha dela foi um erro do pai.
Dois dos três filhos de Regina foram contra a ideia de ela aceitar o convite de Bolsonaro para fazer parte do governo. Tanto que não compareceram à sua cerimônia de posse. Os filhos opostos, portanto, apostam num desenlace quanto mais breve, melhor.