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O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Quem matou e quem mandou matar Marielle?

À espera de uma confissão

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 3 jun 2018, 08h00 - Publicado em 3 jun 2018, 08h00

E assim se passaram 81 dias, completados hoje, da execução no Rio da vereadora Marielle Franco (PSOL) com quatro tiros na cabeça. O motorista Anderson Pedro Gomes, que a conduzia, também morreu. Uma assessora escapou sem ferimentos,

Quem matou Marielle e Anderson? Quem mandou matar Marielle e por quê? Com que arma ela foi morta? São perguntas para as quais a polícia ainda não tem respostas. Existe um delator que contou saber de tudo. Existem suspeitos presos. E por ora é só.

Faltam provas materiais de que ela foi de fato morta pelos suspeitos delatados. Faltam provas de que ela foi morta por encomenda de milicianos e de um vereador porque Marielle prejudicava os negócios do crime organizado na Zona Oeste da cidade.

Nem mesmo está certo que a arma usada na execução possa ter sido, como se investiga, uma submetralhadora alemã de precisão HK MP5, com calibre de 9 milímetros, capaz de disparar 13 tiros por segundo. Só as forças especiais da polícia a utilizam.

Foi descartada a hipótese de que Marielle tenha sido morta por balas compradas pelo Exército e desviadas de um lote remetido a João Pessoa para uso da Polícia Federal. Dali, parte do lote teria ido parar em outras praças. Depois, perdeu-se o destino das balas.

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O governo sequer sabe quantos crimes com mortes são cometidos no Brasil. Considerando-se apenas os assassinatos, no ano passado apenas 6% deles foram solucionados. No Reino Unido, o percentual é de 90%. Na França, 80%. Nos Estados Unidos, 65%.

O Instituto Sou da Paz pediu às Secretarias de Segurança Pública de todos os Estados informações sobre homicídios esclarecidos em 2017. Apenas seis atenderam ao pedido. O percentual de casos dados como resolvidos em São Paulo foi de 38%. No Rio, 11,8%.

A literatura policial prova à farta que não existe crime perfeito, existe crime mal investigado. O assassinato de Marielle e de Anderson poderá ser mais um.

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