Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana

Noblat

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Chamem o Heleno!

Quem reescreve o capitão

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 19h48 - Publicado em 18 abr 2019, 07h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Com licença de Otávio Rego Barros, o general que literalmente reproduz o que o chefe diz, o porta-voz de fato do capitão Jair Bolsonaro é o general Augusto Heleno, seu ex-instrutor na Academia Militar de Agulhas Negras, e ministro do Gabinete de Segurança Institucional da presidência da República.

    Heleno é a sombra de Bolsonaro. Aconselha-o em todos os momentos. E quando seu antigo pupilo o contraria ou simplesmente comete asneiras, hábito que cultiva dado ao seu temperamento impetuoso e ignorância inata, lá corre Heleno a acudi-lo. O resultado nem sempre é satisfatório, mas fazer o quê?

    Os presidentes João Figueiredo, o último da ditadura de 1964, e José Sarney, o primeiro pós-ditadura, costumavam chamar “o Pires” quando se viam em apuros ou queriam assustar seus adversários. Os generais Walter Pires e Leônidas Pires Gonçalves foram respectivamente ministros do Exército de Figueiredo e Sarney.

    Heleno não é chamado para assustar ninguém. Cabe-lhe devolver a razão a Bolsonaro e baixar a temperatura que se eleva por toda parte sempre que Bolsonaro é… Bolsonaro. É uma tarefa difícil, essa do general. Mesmo para ele que já comandou tropas do Exército brasileiro em países conflagrados.

    Foi decisiva a intervenção do general para restabelecer a paz entre Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, no caso do aumento do preço do diesel. Bolsonaro cancelou o aumento com medo de uma greve de caminhoneiros. Guedes ameaçou pedir as contas, já imaginou? Bolsonaro e Guedes são dois estourados.

    Continua após a publicidade

    Heleno atuou nos bastidores e teve êxito. Mas não é sempre que isso acontece. Na última sexta-feira, depois de seis dias de silêncio, Bolsonaro resolveu comentar o assassinato do músico carioca Evaldo Rosa dos Santos, alvo de 80 tiros disparados por nove soldados do Exército, no Rio. E o fez à sua maneira tosca:

    “O Exército não matou ninguém. O Exército é do povo. A gente não pode acusar o povo de assassino. Houve um incidente. Houve uma morte. Lamentamos ser um cidadão trabalhador, honesto”.

    Ora, o que um tenente, um sargento e sete soldados do Exército são? Por que estão presos? Traficantes não são. Mas quando traficantes matam é o tráfico quem mata. Quando um grupo de policiais mata traficantes ou meros suspeitos foi a polícia que matou. Não foi o Exército. Nem um comando armado das carmelitas descalças.

    Continua após a publicidade

    Chamado a consertar Bolsonaro, Heleno bem que tentou:

    “O que ele disse foi o seguinte: o Exército não matou ninguém, o Exército é uma instituição que respeita profundamente os valores humanos e nunca matou ninguém. Quem matou, se aconteceu de alguém morrer na operação, foi alguém que o Exército vai responsabilizar pela morte”.

    Heleno foi mal dessa vez. “Se aconteceu de alguém morrer na operação…?” Mas como? O músico não morreu? O sogro do músico que estava com ele não foi baleado? Enquanto durou a ditadura de 64, tortura e morte foram admitidas em quartéis e dependências militares. O Exército, sim, torturou e matou.

    O general Heleno sabe disso. Não precisa sacar de falsos argumentos para justificar os tropeções do seu atual chefe.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.