Assine VEJA por R$2,00/semana
Noblat Por Coluna O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Lula trabalha para sr o anti-Bolsonaro (por Helena Chagas)

Farejou a direção do vento

Por Helena Chagas
11 mar 2021, 11h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O ex-presidente Lula foi guindado à condição de principal adversário de Jair Bolsonaro para 2022 mal o ministro Edson Fachin anunciou a anulação de suas condenações – e antes mesmo de proferir uma só palavra a esse respeito. No pronunciamento-entrevista de ontem, apareceu com cara de candidato, pinta de candidato, discurso de candidato. Em sua melhor forma, acenou ao centro, disse que está disposto ao diálogo com todos, inclusive setores conservadores, e virou a página das mágoas pelos 580 dias de cadeia e outros sofrimentos. Mas Lula recusou a condição explícita de candidato, insistindo em deixar o tema eleitoral para depois. Focou naquilo que hoje mais aflige os brasileiros: a pandemia, a vacina, as mortes, o desemprego que deixa as pessoas com fome e, claro, a incompetência de Jair Bolsonaro.

    Publicidade

    Segundo o ex-presidente, o importante é que as forças progressistas percorram o país para ouvir o povo e discutir solução para os problemas. Ele deixou muita gente se perguntando por que não aproveitou o momento de vitória para assumir, ou ao menos admitir, que disputará, sim, a presidência contra Bolsonaro?

    Publicidade

    Porque Lula farejou a direção do vento, que não sopra a favor de candidaturas nesse momento. Sabe que é um escárnio com a dor e o sofrimento da população ver as principais lideranças políticas do país voltarem suas energias para disputas políticas e eleitorais, enquanto morrem quase duas mil pessoas de covid-19 por dia. Percebe que é um desrespeito pisar em palanques, ainda que simbólicos ou virtuais, quando a vacinação anda a passos lentos porque não há doses para todo mundo

    Acima de tudo, a estratégia claramente escolhida por Lula é, nesse primeiro momento de “não-candidatura”, ser o contraponto de Bolsonaro – o presidente que há tempos está em campanha e sai pelo país a inaugurar obras e festejar com simpatizantes, pouco ligando para a pandemia, a vacina, as UTIs, etc. De máscara, passando álcool gel e se solidarizando com os cidadãos contaminados e os que perderam seus parentes, o ex-presidente trabalha para preencher um vazio deixado por aquele que é, de direito, o chefe da nação.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Quem conhece o governo sabe que serão inúmeros os outros temas em que Lula terá argumentos para construir sua imagem do anti-Bolsonaro, a começar pelo desemprego e pelo retorno da fome. O baixo valor do novo auxílio emergencial também vai para a lista. Quem conhece o presidente candidato, sabe que ele não vai resistir a provocações. Ontem mesmo, logo após a entrevista de Lula, Bolsonaro fez solenidade no Planalto, de máscara, para sancionar a lei que viabiliza a compra das vacinas da Pfizer e da Janssen. E discursou defendendo a compra dos imunizantes. Vai lutar no território em que se vê ameaçado, e se isso resultar em benefícios para o país, Lula já terá cumprido um papel importante.

    Está aberta a temporada. Tudo indica que a presidência da República será daquele, em 2022, conseguir preencher o vácuo de liderança e a sensação de orfandade que tomou conta do Brasil.

    Publicidade

    Helena Chagas é jornalista

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.