Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Noblat Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Fogo, água e lama

O Brasil continua batizando crimes de desastres

Por Tânia Fusco
Atualizado em 12 fev 2019, 12h00 - Publicado em 12 fev 2019, 12h00

A morte é a possibilidade mais concreta de nossas vidas. Não discrimina e é inegociável. Todos morreremos. De morte morrida. De morte matada. Aos que ficam resta dor e luto.

Foi um janeiro de lutos. É um fevereiro de lutos.  Ano que começa com dor e lágrimas, sucedendo outro – de perplexidade e dor com lutos figurados. Uma comoção atrás da outra. Mortes evitáveis são ainda mais doloridas. Revoltantes. Retratos do país esgarçado em descasos e desmandos.

É a empresa que Vale bilhões e não Vale nada em respeito humano. Reincidente, mata por descuido – os seus e os vizinhos. Gente, bicho e terra e água.

Mata em segundos. Dilata e dilata o prazo do atendimento dos que sobraram como se sobras fossem mesmo. Foi assim em Mariana. Ensaia repetição em Brumadinho. Entre um e outro, lucro e mortes crescem em progressão geométrica.

Reclame ao bispo?

Continua após a publicidade

Parece, não resolve. A cidade do Rio de Janeiro tem um no comando que, absolutamente, não cuidou do que devia – encostas, bueiros, bocas de lobo. Cuida de que, aliás? O anterior a ele, não era bispo, também não fez nada. Cuidou de Copa, Copinha e Olimpíada. Muita propaganda, poucos legados reais.

E assim, neste 2019, a costumeira tragédia das chuvas foi repetida. Sete mortos, dezenas de desabrigados, vidas e bens levados nas enchentes. O bispo da vez recomendou toque de recolher até a chuva passar.

E aí veio o fogo. Queimou 10 vidas num alojamento altamente queimável no coração do clube amadíssimo Brasil afora. Chorou Flamengo. Choramos todos pelos meninos que sonhavam sucesso com bola no pé.

Três tragédias e a mesma causa – descaso. A vida, a terra e a água valem tão pouco que vale a pena correr o risco do desastre.  O curto tempo entre Mariana e Brumadinho retrata o compromisso com o risco.  E assim responsáveis e fiscais são irresponsáveis. Bora ver até onde dá pra ir tocando o barco, com custo mínimo e risco máximo?

Continua após a publicidade

Vale o mesmo para a anual tragédia das chuvas de verão, para o fogo que queimou os meninos do Flamengo – quase todos pretos, quase todos pobres, como nos versos do Caetano.

Ontem, um helicóptero, que não tinha autorização para levar passageiros, matou piloto e passageiro. Levou Ricardo Boechat, jornalista, pleno de vida, de talento e de coragem. Irreverente, sarcástico, preciso em reproduzir a indignação diárias dos que não têm microfone.

Boechat era ímpar para quem via e ouvia, para os que conheciam, os que conviviam, os que conviveram.   Mais duas vidas queimadas no asfalto. Mais luto, mais lágrimas.

O Brasil continua batizando crimes de desastres. Não há reparação possível para descasos. Para os crimes deveria haver. Também não há.  Seguem resumidos a fatalidades. Sem causas, sem culpados.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.