
Se um juiz orienta uma das partes em um processo a proceder assim ou assado e antecipa decisões que tomará em breve, isso caracteriza prova de que beneficiou um lado em detrimento do outro? Seria a impressão digital que faltava para comprovar um crime?
Se um procurador da República só aceita firmar um acordo de delação premiada depois que o preso conta o que ele gostaria de ouvir, isso prova que ele prevaricou ou que o delator mentiu para livrar-se de uma pena maior? Seria a impressão digital que faltava?
No segundo semestre de 2005, às voltas com o escândalo do mensalão do PT, Lula amargou no final de um dia o que mais tarde o levou a pensar em renunciar à presidência da República. Um assessor do PT no Ceará foi preso com maços de dólares na cueca.
Ainda faltam dólares no escândalo das mensagens trocadas pelo ex-juiz Sérgio Moro com procuradores da Lava Jato durante a instrução do processo que condenou Lula a 12 anos de cadeia. Recentemente, a pena foi reduzida para oito anos. É possível que jamais apareçam.
Mas impressões digitais não faltam. E disso dão conta as revelações que pingam a conta gotas desde que o site The Intercept Brasil recebeu de um informante volumoso e explosivo material que levanta a suspeita de que Moro e procuradores agiram de má fé, sim.
As revelações mais recentes podem ser lidas na edição de hoje da VEJA. Muitas são de arrepiar os mais céticos. Se tudo o que se conhece até agora, e se tudo o que está por vir simplesmente derem em nada, é de crer-se então que a justiça entrou em colapso.
A essa altura, num país sério, tribunais superiores deveriam estar a debater a hipótese de anular o julgamento de Lula, mandando-o para casa. O passo seguinte, ordenar que seja refeito o processo que o condenou sem prejuízo para os demais processos a que responde.
Não é por Lula, nem por Moro, nem por nenhum dos personagens dessa triste e vergonhosa história. É pelo país no qual vivemos.
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