O da Croácia era um time de brancos. O da França, de negros em sua maioria. É quase unânime na mídia esportiva que o time francês, por mestiço, venceu. Se tivesse perdido, o título inédito da Croácia seria atribuído à cor dos seus jogadores? Idiotice pura.
A França levou a taça porque foi a seleção que melhor jogou na Rússia. Chegou lá como uma das favoritas, assistiu à queda das demais favoritas e deu-se bem, justa e merecidamente. Sua última partida não foi das melhores. A cautela barrou a ousadia.
Fora a volta precoce para casa de seleções do porte do Brasil, Alemanha, Espanha e Argentina, e fora a ida tão longe da Rússia, a surpresa desta Copa foi o desempenho da Croácia que chegou à final. Chegou esgotada depois de disputar três jogos com prorrogações.
Da primeira em 1930 até a de 2018, a França participou de 20 em 21 Copas. Não passou da fase de classificação em cinco. Em seis, parou na primeira fase. Em duas ficou em terceiro lugar. Foi vice-campeã uma vez (2006) Disputou 60 jogos, venceu 30, perdeu 12 e empatou 20.
A Croácia separou-se da antiga Iugoslávia em 1991. A da Rússia foi sua quinta Copa. Não se classificou para uma. Parou na fase de grupos de duas. Ficou em terceiro lugar em uma. Disputou 22 jogos, venceu 11, perdeu sete e empatou quatro.
A procedência africana de 14 jogadores da equipe bi-campeã do mundo tem mais a ver com a história passada da França do que com a ascensão dos negros na sociedade francesa. Inglaterra e França foram os países que mais colonizaram territórios em África.
Mesmo assim, é mínima a presença de negros entre os que fazem parte da elite dos dois países. Contam-se nos dedos de uma mão os negros com assento na Assembleia Nacional da França, o Congresso de lá. E no primeiro escalão do governo. E na cúpula da Justiça.
O futebol francês teve a sabedoria de assimilar a contribuição de talentos de todas as cores ao seu desenvolvimento. Parabéns.