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Como o vírus, Bolsonaro também passará

Sob o freio dos militares e da conjuntura

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 18h50 - Publicado em 29 jun 2020, 08h00
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  • Até quando os generais que cercam Jair Bolsonaro conseguirão impedir que ele detone novas crises como vinha fazendo com regularidade ao longo dos últimos meses? E até quando o ex-capitão, expulso do Exército por planejar atentados a bomba em quarteis, manterá sob controle seus instintos mais primitivos?

    Não deve estar sendo fácil para ninguém – nem para os militares que transformaram o Palácio do Planalto num puxadinho do Quartel-General do Exército a pouca distância, nem para um presidente que já proclamou muitas vezes que é ele quem manda. Um dia desses, chegou a dizer que a Constituição era ele.

    Sem saber, uma vez que é reconhecidamente ignorante e não gosta de livros porque eles contém “muitas letrinhas”, Bolsonaro lembrou Luiz XIV, Rei da França e de Navarra entre 1638-1715, a quem se atribui a frase famosa: “O Estado sou eu”. Luiz XIV governou 72 anos. Luiz XVI foi deposto e guilhotinado em Paris.

    Os porta-vozes informais de Bolsonaro sugerem que ele amadureceu e está disposto a cumprir a Constituição tal como disse que o faria ao se eleger e ao tomar posse. Só não explicam porque ele a afrontou toda vez que pode. Negam que a mudança de comportamento se deva apenas à conjuntura difícil que enfrenta.

    Devagar com o andor… A conjuntura é que impõe limites a Bolsonaro, e a pressão redobrada que os militares voltaram a exercer sobre ele. Descarte-se a ameaça que teriam feito de abandoná-lo porque seu verdadeiro propósito é mantê-lo onde está até o fim do mandato e, se possível, por mais quatro anos.

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    Na verdade, a conjunção de más notícias foi que levou Bolsonaro nas últimas semanas a tentar parecer o que não é. Ouviu o tropel da cavalaria – o cerco judicial a ele e aos filhos, o eclipse do plano de reformas do ministro da Economia, a prisão de Queiroz e o peso da tragédia do Covid-19 que se recusou a enxergar.

    E então se acautelou porque outra saída, por ora, não tem. Se será capaz de resistir à tentação de atravessar a rua para pisar em uma casca de banana, não se sabe. Contraria sua natureza não fazê-lo. Se mais adiante, caso se sinta forte, se conservará mesmo assim cauteloso, é porque teria finalmente aprendido alguma coisa.

    Não há porque lhe conceder crédito de confiança desde já. O estrago que causou ao país até aqui ficará para sempre registrado na lápide dos que morreram por sua incúria e na memória dos que sobreviveram. A buscar-se algum conforto, só a certeza de que, como o vírus, ele também passará. Quanto mais cedo, melhor.

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