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Como Bolsonaro pagará a conta do mal provocado pelo Covid-19

Não será com o cartão corporativo da presidência da República

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 18h56 - Publicado em 12 Maio 2020, 08h00
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  • A maior demonstração de pesar do presidente Jair Bolsonaro pela morte até aqui de mais de 10 mil brasileiros vítimas do coronavírus limitou-se a duas frases ditadas, ontem, por ele à entrada do Palácio da Alvorada: “Lamento cada morte que ocorre a cada hora. Lamento”.

    Em seguida, explicou o que lhe caberia fazer a respeito: “Agora, o que podemos fazer, nós todos, é tratar com o devido zelo os recursos públicos. Está tendo denúncia em todo lugar. Gente presa. Em vez de fazer notinha de pesar, tem que dar exemplo. Gastar menos”.

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    Engana-se quem pensa que ele se referia à denúncia de que gastou só este ano com cartão de crédito corporativo R$ 3,76 milhões, segundo o Portal da Transparência. O valor representa um aumento de 98% em relação à média dos últimos cinco anos no mesmo período.

    Também não se referia à fraude descoberta pelo Ministério da Defesa: militares de todas as patentes, da reserva e da ativa, se cadastraram no aplicativo da Caixa Econômica para receber o auxílio emergencial de R$ 600. A lei que criou o benefício não lhes deu tal direito.

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    Bolsonaro referia-se a denúncias de superfaturamento na compra por Estados e municípios de equipamentos médicos para enfrentar a pandemia. Há que se apurar se houve superfaturamento ou se o preço pago se deveu à procura bem maior do que a oferta.

    Se tivesse mais preocupado com vidas perdidas do que com economia, Bolsonaro não teria assinado mais um ato de sabotagem às medidas de isolamento adotadas por governadores e prefeitos. Mas foi o que ele fez ontem, de resto como prometera fazer há um mês.

    Baixou outro decreto, desta vez para incluir academias de ginástica e barbearias entre as chamadas “atividades essenciais”, não obrigadas a permanecerem fechadas. Com isso, ele incentiva a reabertura de negócios que podem provocar a circulação de muita gente.

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    Bolsonaro quer mais é que as pessoas se exponham. No último sábado, ele só suspendeu o churrasco que ofereceria a amigos e parentes no Palácio da Alvorada quando soube que o Congresso e o Supremo Tribunal Federal haviam decretado luto pela morte de tantas pessoas.

    Agora, são 11.519 mortos. E o número de casos confirmados de coronavírus no país está próximo de 170 mil. O Supremo Tribunal Federal já decidiu que valem para Estados e municípios as medidas de confinamento impostas por seus governantes, não pelo presidente da República.

    Pouco importa. Bolsonaro continuará a assinar decretos sem validade. Estimular a desobediência civil é o seu propósito, mas não só. Mesmo com decretos inválidos, ele agrada parcela de sua base de eleitores de olho na reeleição em 2022. É candidato antes de ser presidente.

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    Em tempo: tão logo foram informados sobre o decreto assinado por Bolsonaro, os governadores do Pará, Maranhão, Ceará e Bahia se apressaram a dizer que academias e barbearias permanecerão fechadas em seus Estados. Outros, hoje, deverão dizer o mesmo.

    Bolsonaro, queira ou não, pagará grande parte da fatura pelo mal do século que poderia ter combatido. Fugiu à luta. E não será com cartão de crédito corporativo da presidência da República que saldará o débito. Será com a hemorragia de votos que o desidratará.

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