Hoje é o centésimo dia de Lula preso. A acreditar-se no que dizem seus porta-vozes, nesse período ele já leu cerca de 30 livros – o equivalente em número de páginas a cinco edições da Bíblia. Não é nada, não é nada, já é alguma coisa para quem detestava ler.
Militantes do PT acampados à frente da carceragem da Polícia Federal em Curitiba não há mais. Cessaram os gritos de “Bom dia, presidente” que saudavam Lula a cada manhã. Os partidos de esquerda se fizeram de moucos ao apelo de Lula para que apoiassem sua candidatura.
Fracassou o golpe para soltá-lo com base na decisão conjunta do desembargador Rogério Favreto e de três deputados do PT. Cindiu-se seu time de advogados de defesa com a deserção anunciada do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal João Paulo Sepúlveda Pertence.
É fato que sempre haverá Dias Toffoli, de DNA petista, e que a partir de setembro assumirá a presidência do Supremo. E mais os ministros da bancada contra a Lava Jato (alô, alô, Gilmar Mendes, Marco Aurélio de Mello, Ricardo Lewandowski e quem mais?).
Mas, por ora, parece improvável que Lula seja solto antes das eleições de outubro. Resta-lhe administrar o sonho de transferir parte do seu cacife de votos para o candidato que venha a merecer sua benção. Sim, e tempo para ler mais livros.