Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Imagem Blog

Noblat

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Cai ou vira pato manco? (por Helena Chagas)

No “modo crise”

Por Helena Chagas
Atualizado em 30 jul 2020, 18h56 - Publicado em 14 Maio 2020, 10h00

Jair Bolsonaro parece estar chegando àquele ponto de não retorno da trajetória em que alguns presidentes ou caem e ou viram patos-mancos. Claro, há governantes — ainda bem — que não passam por isso. Mas o presidencialismo à brasileira vive hoje uma espécie de maldição depois de ter expelido do cargo, sob o pretexto da prática de “pedaladas fiscais”, uma presidente da República porque o establishment queria vê-la pelas costas. De lá para cá, mudou a altura do sarrafo no Planalto — e os que foram beneficiários do processo também correm o risco de queda.

Há dúvidas em torno do que fará o procurador geral da República, Augusto Aras, em relação às acusações de Sergio Moro contra Bolsonaro de interferência na Polícia Federal. O vazamento de trechos do vídeo da reunião ministerial em que o presidente fala da proteção aos filhos fez subir a temperatura de tal forma que Aras terá que encontrar uma boa desculpa para arquivar o inquérito. Mas, segundo observadores, pode sair pela tangente, talvez alegando não ter encontrado elementos concretos de crime comum, mas apenas de crimes de responsabilidade, uma questão do Congresso.

Se incluído no conjunto da obra de Bolsonaro, que contempla investigações por envolvimento na disseminação de fakenews e participação em manifestações antidemocráticas, esse caso é mais do que suficiente para deflagrar um julgamento político no Legislativo. Assim como a hipotética denúncia de Aras por crime comum, o processo por crime de responsabilidade teria que ser autorizado por dois terços da Câmara — só que, em vez de ter lugar no STF, o julgamento seria feito pelo Senado, como ocorreu com Fernando Collor e com Dilma Rousseff.

Dilma caiu porque não teve 172 votos na Câmara para barrar o impeachment, diferentemente de Michel Temer, que derrotou duas denúncias por corrução apresentadas pela então PGR, Raquel Dodge. É o que Bolsonaro quer repetir — única razão pela qual se dobrou ao Centrão e passou a distribuir cargos. Pode ser que sim, pode ser que não, dada a volubilidade do grupo nessas horas, quando costuma dar preferência ao poder futuro em relação ao passado. Vai depender da negociação com Hamilton Mourão.

Mas é fato que, a partir de agora, em meio ao drama da pandemia que mata milhares e arrasta o país para a recessão, o sistema político entrou definitivamente no “modo crise”. As acusações ao presidente, e cada passo das investigações, terão centralidade, indicando que Bolsonaro dedicará o resto de seus dias no governo a se defender e articular votos no Congresso — não para aprovar projetos, mas para escapar do impeachment.

Continua após a publicidade

Ninguém consegue governar assim. Michel Temer, por exemplo, não caiu mas virou pato-manco, incapaz de governar efetivamente, depois de gastar todas as energias políticas na sobrevivência. É cedo para saber se Bolsonaro cairá ou virará pato manco, mas dificilmente escapará dessas opções. É altamente improvável que, acuado como está, consiga marcar o item “nenhuma das alternativas anteriores” nessa prova, recompondo-se politicamente ou obtendo apoio militar a medidas autoritárias para se manter no poder.

Helena chagas é jornalista

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.