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Bolsonaro e seus delírios de Napoleão de hospício

À espera que o tempo se esgote

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 18h57 - Publicado em 5 Maio 2020, 08h00

Durou menos tempo do que uma rosa cortada a nova tentativa do presidente Jair Bolsonaro de fazer os militares cerrarem fileira em torno do seu governo. Pela segunda vez em menos de um mês, o ministro Fernando Azevedo e Silva, da Defesa, divulgou uma nota onde diz que as “Forças Armadas estarão sempre ao lado da lei, da ordem, da democracia e da liberdade”.

Sob o título “As Forças Armadas cumprem a sua missão Constitucional”, a nota acrescenta que “Marinha, Exército e Força Aérea são organismos de Estado, que consideram a independência e a harmonia entre os Poderes imprescindíveis para a governabilidade do país”. Se Bolsonaro, pois, imagina usá-las para atropelar a Constituição, vá logo tirando seu cavalinho da chuva.

O aviso vale não só para Bolsonaro e demais interessados em romper com as regras do jogo democrático. Vale também para acalmar os ânimos dos que temem, e com razão, que um presidente da República cada vez mais enfraquecido, apoiado por não mais do que um terço da população, possa em um ato de desespero atrair para seu lado antigos companheiros de farda.

A ratatuia que sai às ruas a pedir a volta da ditadura militar é uma fração da metade ou de menos da metade desse um terço. Por barulhenta e disposta à violência, dá impressão de ser maior e mais perigosa do que é. Bolsonaro a cultiva porque pensa como ela, deseja o que ela quer, e dela precisa para causar medo aos seus desafetos – que são todos os que se opõem às suas vontades.

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Uma coisa são os generais de pijama, empregados ou não no governo, adeptos dos jogos de cartas, de damas e de dominó e que apoiam a pretensão de Bolsonaro de aplicar um golpe de Estado. Bolsonaro é um Napoleão que foi tirado do hospício com o propósito de varrer a esquerda do poder, e varreu. Antes de retornar à sua insignificância, ainda dará trabalho. Fazer o quê?

Aturá-lo até onde for possível. Ou abreviar seu mandato por meio de um processo de impeachment. É o que prevê a Constituição. Mas, enquanto isso, limites lhe estão sendo impostos. Ontem, ele sentiu-se obrigado a telefonar para o comandante do Exército para negar a veracidade de notícias que deram conta do seu desejo em substitui-lo. Por conveniente, a mentira de Bolsonaro foi aceita.

À falta de maior apoio popular e partidário para aprovar no Congresso tudo o que quer, a Bolsonaro só resta viver de espasmos autoritários até que seu tempo se esgote. Que assim seja.

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