Geraldo Alckmin, candidato do PSDB a presidente da República, piscou primeiro. Uma vez que se arrasta nas pesquisas de intenção de voto e teme ficar de fora do segundo turno da eleição de outubro, simplesmente encampou a proposta do deputado Jair Bolsonaro (PSL) de armar os homens do campo que se sentem ameaçados pelo Movimento dos Sem Terra (MST) e seus similares.
Alckmin havia falado em distribuir tratores entre os que vivem da agricultura. Foi Bolsonaro, repetindo o que diz há muito tempo, que prometeu armas. Aconselhado por assessores e disposto a dividir o eleitorado de Bolsonaro, Alckmin avançou o sinal e, sem desistir dos tratores, admitiu facilitar o porte de armas sob o pretexto de que essa gente costuma morar em lugares remotos e inseguros do país.
Enveredou por um caminho perigoso. Se para tirar Bolsonaro do segundo turno for preciso assumir parte do seu discurso, Alckimin se arriscará a perder votos que tem sem ganhar em troca os que ambiciona tomar. A por na presidência algo que possa apenas se parecer com Bolsonaro, o eleitor do “Mito” preferirá Bolsonaro em pessoa. Elementar, meu caro Alckmin.