PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana
Imagem Blog

Noblat

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

A volta de Lula e o risco do efeito Macri (por Leonardo Barreto)

O que Bolsonaro fará?

Por Leonardo Barreto
Atualizado em 12 mar 2021, 01h17 - Publicado em 11 mar 2021, 12h00

A anulação das condenações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá repercussões importantes sobre o sistema político e o andamento do governo do presidente Jair Bolsonaro. A principal delas é uma indecisão presidencial sobre como conduzir seu governo nas escolhas de política econômica.

Sobre a tese de que uma possível candidatura de Lula favorece Bolsonaro ao promover uma eleição polarizada, é preciso lembrar que os eleitores não ideológicos, aqueles que decidem pleitos majoritários, julgam resultados de governo. Nesse sentido, a preocupação deve estar voltada para a agenda e a cronometragem dos seus resultados de curto e médio prazo.

Não colabora nada para o governo que a decisão tenha vindo no pior momento do presidente em termos de popularidade, com a economia parando novamente, ritmo lento de vacinação, inflação e sem auxílio emergencial. No entanto, o Planalto precisa perceber que pelo menos duas dessas variáveis (auxílio e vacinação) melhorarão nos próximos dois meses.

A questão mais importante, portanto, passa a ser juro e retomada dos empregos.

Nesse sentido, é preciso observar o comportamento de Jair Bolsonaro. O presidente tem mostrado dificuldades de sustentar uma política ortodoxa na economia e pode pender para o grupo mais heterodoxo que o cerca, que defende algum relaxamento fiscal e investimento público para animar o mercado de trabalho.

Continua após a publicidade

Em termos de agenda, isso pode significar a retirada do apoio de qualquer tema que desagrade potenciais eleitores, como privatizações (Correios e Eletrobras) e reforma administrativa. Mesmo a PEC Emergencial, aprovada com dificuldade no Senado Federal, corre risco de alguma desidratação.

O problema é que, se fizer isso, Bolsonaro se parecerá mais com administrações do PT e perderá de vez a confiança do mercado e de eleitores liberais, que foram responsáveis pelo presidente extrapolar o nicho ideológico e ganhar a eleição (os lavajatistas já foram perdidos). Ao ficar entre dois caminhos, ele corre o risco de não fazer nem um governo desenvolvimentista e nem uma gestão liberal, repetindo a trajetória do ex-presidente argentino Mauricio Macri.

Se olhar com atenção, Bolsonaro verá que sua alternativa de gerar resultados no curto prazo é acalmar o país, oferecer perspectiva concreta de retomada econômica e aproveitar a boa condição no Congresso Nacional para acelerar reformas. Nenhum gasto com obras ou adicional de auxílio emergencial conseguirá ter efeitos que cheguem a 2022.

Continua após a publicidade

O momento, portanto, é de tranquilizar o mercado para suavizar a cotação do dólar, combater a inflação e tornar a curva de juros futuros menos íngreme para não comprometer a retomada da atividade produtiva.

Enquanto o presidente Bolsonaro não reduz as dúvidas quanto ao seu posicionamento, o país depende mais do que nunca do Congresso Nacional como ator de contrapeso. O problema é saber se Arthur Lira (PP/AL) e Rodrigo Pacheco (PP/AL) terão condições e recursos políticos para segurar bases parlamentares contra tentações populistas se o Planalto não estiver com eles.

Em resumo, a anulação da condenação de Lula acelera ainda mais a corrida eleitoral, nociva para um país com fragilidade fiscal e um governo que alimenta dúvidas sobre a política conduzida pelo seu ministro da Economia. Como mostrou a Argentina, ficar pelo meio do caminho pode ser a pior opção para Bolsonaro.

Leonardo Barreto escreve no Capital Político. Doutor em Ciência Política pela Universidade de Brasília (UnB) com especialização em comportamento eleitoral e instituições governamentais. Foi professor substituto da UnB e já coordenou mais de 50 estudos com parlamentares, jornalistas e autoridades do Executivo, nos planos federal, municipal e estadual. Ao longo de sua atuação profissional, acumulou profundo conhecimento empírico e científico sobre a lógica da ação política.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.