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A história da riqueza no Brasil

O colonizador tratou o Brasil como um apêndice improdutivo.

Por Gustavo Krause
Atualizado em 11 mar 2018, 14h02 - Publicado em 11 mar 2018, 14h02
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  • O livro de Jorge Caldeira nasceu clássico. Para Mary Del Priore, a narrativa “é ao mesmo tempo tão monumental quanto síntese […] Com informações inéditas, Caldeira ilumina zonas de sombra” o que o distingue dos intérpretes clássicos da nossa história.

    O autor atribui ao seu trabalho, quatro décadas de estudos, pesquisas e as facilidades proporcionadas pela revolução da informática. O livro é filho da inovação digital que permitiu a leitura dos documentos históricos em amplitude e profundidade, adicionando a antropologia (visão ampla da vida humana) e a econometria (ferramentas estatísticas utilizadas para entender variáveis econômicas mediante aplicação de um modelo matemático).

    Conclusões originais e surpreendentes: a economia colonial era maior e mais dinâmica do que a metropolitana e acumulou riqueza, o que fulmina o mito da economia de subsistência; a prevalência dos costumes sobre a lei escrita, decorrência da sólida aliança com o gentio Tupi-Guarani cujo caldo de cultura gestou uma série de instituições consuetudinárias flexíveis e pragmáticas a exemplo da estruturação familiar onde o casamento produzia filhos e agregava dotes, mesclando aliança política e acumulação econômica na medida em que as filhas de chefes eram recebidas em matrimônio, progredia o comércio de objetos de ferro (desconhecido pelos Tupis) e o Pau-Brasil; a informalidade tornou-se um espaço propício para o progresso colonial consolidando a prática do “fiado”; a mulher desempenhou um papel central na sociedade e na economia; a terra valor de mercadoria com curso comercial; a distribuição das heranças era equitativa (não havia direito à primogenitura); a decadência do ciclo do ouro fez surgir a figura do “tropeiro”, o desbravador do sertão ignoto com mercadorias de outras fontes produtivas: cacau, charque, farinha, algodão, arroz.

    Os colonizados eram na essência notáveis empreendedores: enxergavam oportunidades, assumiam riscos. O colonizador tratou o Brasil como um apêndice improdutivo. Contentava-se, segundo Frei Vicente do Salvador, “em andar arranhando ao longo do mar como caranguejos […] Nenhum homem nesta terra é repúblico, nela zela ou trata o bem comum, senão cada um do particular”. Mostrava a cara para extorquir impostos.

    E mais: por aqui deixou traços do formalismo centralizador e autoritário, sob espesso véu da ignorância. Os Livros das Ordenações Manuelinas (1521) consagravam a desigualdade natural; deixou pegadas do corporativismo, dos “direitos adquiridos”, reconhecidos em instância judicial, semente do “Fôro Privilegiado”.

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    Caro leitor, o magnífico livro deveria ser adotado nas nossas escolas. Ensina e inova.

    Gustavo Krause é ex-ministro da Fazenda do governo Itamar Franco

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