Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês
Imagem Blog

Noblat

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

A eleição do medo que vence o medo

E a esperança? Vai ficar para outra ocasião, bem como o debate aprofundado

Por Helena Chagas
Atualizado em 30 jul 2020, 20h19 - Publicado em 20 set 2018, 14h00

Num passado historicamente recente, embora pareça distante, houve uma eleição marcada pelo lema da esperança que venceu o medo. O pleito de 2018 provavelmente ficará conhecido como a eleição do medo – porque tudo indica que, de uma forma ou de outra, ele vai acabar vencendo. Trava-se uma disputa entre o temor dos antipetistas, que preferem engolir a agenda regressiva de Jair Bolsonaro a ver o PT de volta ao Planalto, e o dos que pressentem o retrocesso político e democrático que a eleição do capitão deputado pode representar e votarão em qualquer um menos nele. Ganha o candidato que conseguir apavorar mais o eleitor em relação ao adversário.

No alvo, sobretudo aquela fatia de cerca de 30% do eleitorado que não está nem num canto nem noutro do espectro político-ideológico e que, ao fim e ao cabo, pode decidir a eleição. Para esses eleitores, será uma espécie de escolha entre o medo maior e o medo menor. E a esperança? Vai ficar para outra ocasião, bem como o debate aprofundado e necessário em torno das propostas para o país.

Se o medo é o nome do jogo, as estratégias passaram a girar em torno dele a partir das últimas pesquisas, que mostraram Fernando Haddad crescendo velozmente, alimentado por uma transfusão de Lula na veia, e disputando o segundo turno com Jair Bolsonaro, que hoje, de seu quarto hospitalar, lidera a corrida.

Num último e desesperado esforço, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, nos mesmos 7% que tinha antes do início da propaganda na TV, recorre ao terror. Atira em Bolsonaro em inserções, como a que mostra o deputado agredindo verbalmente uma jornalista, e apela ao antipetismo repetindo insistentemente que levar o deputado ao segundo turno equivalerá a botar o PT no Planalto.

Continua após a publicidade

A pouco mais de duas semanas da eleição, vai ser difícil para Geraldo recuperar os votos que um dia foram do PSDB e crescer o para entrar na cena final desse thriller. Mas sua propaganda reforça o medo e torna o ambiente eleitoral mais sombrio.

Prova viva de que a propaganda na televisão não tem mais aquela influência toda, Bolsonaro continua sentado na frente no trem fantasma. Só que agora tenta controlar seu vice, general Hamilton Mourão, e seu economista, Paulo Guedes, que andaram infundindo medo em muita gente nos últimos dias. Mourão assustou ao acenar com a elaboração de uma nova Constituição sem Assembléia Nacional Constituinte ou coisa que o valha. Guedes falou em recriar a CPMF, apavorando quem vai pagar. Por enquanto, porém, o candidato do PSL ainda é o preferido do mercado, que se péla de medo do PT.

Justamente por isso, Fernando Haddad deflagrou antecipadamente uma estratégia para mostrar ao mercado e às forças ligadas ao PIB que não é bicho-papão. Era coisa para o segundo turno, mas o petista e aliados, com o aval daquele numa cela em Curitiba, já saíram a campo para mostrar que o PT pode estar mais à esquerda no discurso de campanha, mas que a prática será responsável. Haddad negou que vá dar indulto a Lula – certamente em declaração acertada com o próprio – e renegou ideias como a de que a reforma da Previdência não seria necessária.

Continua após a publicidade

O medo é um sentimento terrível, que desorienta e paralisa. Mas o voto amedrontado vale tanto quanto o da esperança na urna. A diferença vem no dia seguinte. Apuração concluída, será preciso um enorme esforço, de quem ganhou e de quem perdeu, para superar o trauma de uma eleição em que um medo derrotou outro e tocar a vida em frente.

 

Helena Chagas é jornalista desde 1983. Exerceu funções de repórter, colunista e direção em O Globo, Estado de S.Paulo, SBT e TV Brasil. Foi ministra chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (2011-2014). Hoje é consultora de comunicação

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

2 meses por 8,00
(equivalente a 4,00/mês)

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.