Anote no seu caderno: só nesta semana, a previsão é que sejam divulgados os resultados de 25 novas pesquisas eleitorais para os governos estaduais e para a Presidência. Um detalhe interessante é que boa parte delas foi contratada por bancos e corretoras, entre eles, BTG Pactual, XP e Banco Modal.
O interesse do mercado financeiro por pesquisas próprias começou a aparecer na última eleição, mas foi neste ano que os números por trás desse movimento ganharam corpo. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 40 das 65 sondagens divulgadas até 21 de junho foram bancadas pelo mercado.
Uma pesquisa eleitoral, dependendo do seu porte, não costuma sair por menos de R$ 200 mil. Neste quesito, o Brasil parece destoar de outros países, onde é raro um banco ou empresa financeira colocar a mão no bolso por uma pesquisa eleitoral; divulgá-la publicamente, menos ainda.
O que explica, então, tanto interesse dos nossos banqueiros? Simples: o poder da informação. Com a vida política sendo alimentada em tempo real pelas redes sociais, é essencial antever o movimento do eleitor e avaliar qual o impacto disso no debate sobre novas políticas públicas e propostas de reformas econômicas.
O conteúdo que sai das pesquisas também tem servido de base para relatórios e análises reservadas feitas sob medida para clientes ou setores econômicos específicos. Há ainda o ganho de imagem e de publicidade da marca, que aparece ao lado de institutos com reconhecimento público nas mais diversas mídias. Feitas as contas, é um investimento que se paga sozinho.
Sondagens eleitorais costumam gerar polemica, ainda mais num ambiente político polarizado como o nosso. E, quando são os bancos e as corretoras que estão por trás delas, sempre aparece alguém para apontar supostos interesses escusos. Bobagem. As boas pesquisas, com metodologia adequada e exatidão nas perguntas, são importantes barômetros para candidatos e empresas, não importa quem está pagando a conta.