Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana

Murillo de Aragão

Por Murillo de Aragão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Continua após publicidade

Segurança não é prioridade

Há largas áreas do país que não estão sob controle do governo

Por Murillo de Aragão Atualizado em 4 jun 2024, 10h12 - Publicado em 29 out 2023, 08h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Enquanto discutimos alguns temas disputados, como reforma tributária e formas de aumentar a arrecadação, sucedem-se episódios graves de insegurança pública no Brasil. Já tratei do assunto quando abordei a questão da proliferação de carros blindados no país.

    Porém, devo voltar ao tema por causa da brutal e generalizada incompetência dos poderes públicos e das elites brasileiras em lidar com a questão. Infelizmente, a política de segurança pública é assunto periférico na agenda nacional.

    Como resultado de nossa omissão, há largas áreas do território nacional que não estão sob o controle do governo. Organizações criminosas proliferam em todo o país, e o nosso sistema prisional acaba se transformando em uma verdadeira universidade do crime.

    Há uma disputa política sobre como abordar a questão da segurança pública no Brasil. De um lado, uma vilanização das polícias, tratadas como uma espécie de milícia de autodefesa dos mais favorecidos que cometem crimes contra a cidadania.

    De outro, há os que têm condição de cuidar da própria segurança, seja contratando proteção privada, seja se locomovendo em carros blindados pelas cidades.

    Continua após a publicidade

    No entanto, o que importa é que o cidadão comum — aquele que não conta com segurança particular nem com carro blindado — está exposto a uma situação diária de insegurança. A vida cotidiana dos que não estão seguros é de incertezas e de grande possibilidade de exposição à violência.

    “O volume de armas apreendidas com criminosos deveria causar indignação, mas é tratado como fato corriqueiro”

    Por exemplo, apenas neste ano mais de 4 000 armas foram apreendidas no Rio de Janeiro com criminosos, entre as quais 500 fuzis, que são armas militares. Tal situação é quase normalizada pela mídia até o momento em que ocorre algo escandaloso.

    Continua após a publicidade

    O volume de armas apreendidas com criminosos deveria causar indignação, mas é tratado como fato corriqueiro com o qual nós, brasileiros, deveríamos nos habituar. É um grave erro aceitar sem consternação e sem revolta a realidade criminal à qual estamos submetidos.

    Obviamente, não existe uma solução fácil para a questão no Brasil. Mas o que se percebe é que há uma espécie de omissão generalizada por parte do governo e da sociedade civil sobre como enfrentar o problema. O que fazer?

    O primeiro ponto é reconhecer que o não combate efetivo ao crime — e ao crime organizado — é fator que amplia a desigualdade, travando o crescimento econômico e o desenvolvimento social. O ponto dois é fazer da segurança pública um item preferencial da agenda nacional. O que não é.

    Continua após a publicidade

    O terceiro ponto é que a segurança pública não deve ser encarada ideologicamente, mas sob o ponto de vista do cidadão que se locomove nas cidades e é alvo da insegurança que hoje permeia o Brasil.

    O caminho institucional está dado na Constituição. Vale lembrar o que diz o mandamento constitucional: “Artigo 144: A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, sob a égide dos valores da cidadania e dos direitos humanos, através dos órgãos instituídos pela União e pelos Estados”. Desconsiderar a Constituição também é crime.

    Publicado em VEJA de 27 de outubro de 2023, edição nº 2865

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.