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Mundo Agro

Por Marcos Fava Neves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
De alimentos a energia renovável, análises sobre o agronegócio
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Quais são os tipos de indústrias pós-porteira (após as fazendas) no agro? 

A diversidade das cadeias brasileiras proporciona um futuro promissor para as agroindústrias

Por Marcos Fava Neves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 jun 2024, 16h57 - Publicado em 11 abr 2024, 21h41
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    Indústria têxtil (//Getty Images)

    Muitas pessoas não sabem, mas o elo industrial faz parte do agro. Quando o conceito de “agribusiness” (ou agronegócio) foi cunhado, em 1957, na Universidade de Harvard, pelos professores John Davis e Ray Goldberg, o elo de processamento dos produtos para fins alimentícios ou não (rações, biocombustível e outros), foi incluído na proposta, que há quase 70 anos guia o estudo na área do agronegócio global.

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    As agroindústrias constituem importante papel, sendo responsáveis por receber e transformar as matérias-primas provenientes da produção primária, o que gera produtos de alto valor agregado e contribui para o desenvolvimento industrial do país. No Brasil, esta etapa emprega cerca de 4,5 milhões de brasileiros, 15,9% de todas as ocupações do agro, segundo o Cepea/Esalq. O Censo Agropecuário (2017), do IBGE, também mostrou que o Brasil contava, na ocasião, com 1,52 milhão de agroindústrias, distribuídas, principalmente, nas regiões Sul e Sudeste.

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    As principais agroindústrias existentes estão apresentadas conforme a sua finalidade/uso em seis categorias, sendo que cada uma delas (20) está enumerada para identificação. São elas:

    Alimentos

    Como o próprio nome sugere, é a categoria que agrega todas as unidades de produção com finalidade alimentar. Esta categoria pode ser subdividida em produtos de origem animal e de origem vegetal. Na animal, estão a (1) indústria de processamento de carnes (bovina, suína, frango, pescado, ovinos, crustáceos e outros) e a (2) indústria láctea (leite, queijos, requeijões e outros). No elo vegetal, podemos encontrar uma gama de indústrias, desde a (3) indústria de alimentos (conservas, enlatados, molhos, farinhas, massas, temperos e outros), o (4) segmento de produtos “In Natura” (frutas, vegetais, saladas e outros), a (5) indústria do café (tradicional, solúvel, gourmet, especial, capuccinos e outros) e a (6) indústria de sucos e bebidas (sucos, chás, cervejas, licores, entre outros). O elo (7) industrial de processamento de grãos é responsável por transformar grãos crus – como soja, milho, trigo e arroz – em produtos alimentícios e outros de valor agregado, como farinhas, óleos e farelos, que podem ser comercializados a indústria de alimentos (citada anteriormente) ou seguir para outras, como a de nutrição animal ou de bioenergia (ambas, apresentadas na sequência).

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    Nutrição animal (8)

    As indústrias de nutrição animal são responsáveis pela produção de fontes balanceadas para animais, em forma de ração ou suplementos alimentícios. Elas utilizam especialmente grãos como matéria-prima, mas também consomem coprodutos de outras indústrias.

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    Bioenergia

    Nesta categoria, estão a (9) indústria de biocombustíveis (etanol, biodiesel, biometano, SAF, SNF e outros) e a (10) de bioeletricidade (biogás e biomassa da cana). Os subprodutos destes setores alimentam, ainda, a recente (mas crescente) (11) indústria de bioplástico e polímeros.

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    Madeireira

    Da produção florestal (áreas plantadas), designam a (12) indústria moveleira, responsável fabricação de móveis para residências, escritórios e outros espaços; a (13) indústria da borracha, onde ocorre a produção de pneus, mangueiras, luvas, produtos médicos e outros, obtidos através do látex extraído de seringueiras; e (14) a de celulose, utilizada para fabricação de papeis, embalagens, fraldas, fibras de tecidos, plásticos e outros.

    Vestuário e acessórios

    A (15) indústria têxtil é o segmento responsável pela produção de roupas, confecções, fios, tecidos e peças à base de algodão (matéria-prima principal), lã e demais fibras. Utilizando coprodutos do processamento das carnes, temos a (16) indústria de couro e peleteria, onde ocorre a fabricação de calçados, bolsas, revestimentos e outros.

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    Outras finalidades

    Por fim, há ainda a (17) indústria de cosméticos ou terapêuticos, que utilizam diversos coprodutos de outras cadeias (como óleos, essências e extratos) e produtos primários, como flores, mel e ervas; a (18) indústria de fumo e seus produtos, responsáveis pela produção de cigarros e charutos; a (19) indústria de processamento de flores e plantas ornamentais; e (20) a indústria de extração sustentável/natural (castanha, açaí, palmito, amêndoa e outros).

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    Interessante notar que grande parte das indústrias aqui citadas estão conectadas. Enquanto umas fornecem a matéria-prima e os insumos, outras utilizam de coprodutos e “restos industriais” para diversificar a produção, fortalecendo o conceito de economia circular. Um exemplo interessante: enquanto a indústria de grãos fornece o insumo para produção de rações para nutrição animal, os subprodutos desta atividade (esterco) alimentam as unidades de bioenergia, que, por sua vez, fornecem eletricidade e biocombustíveis para as demais. Assim, de forma integrada e coordenada, o setor se fortalece, as pessoas ganham com o processo e o país se desenvolve.

    O Brasil possui um setor agroindustrial diversificado e competitivo, com empresas de todos os portes e atuando em diversas cadeias produtivas. Além de contribuir para a geração de renda e desenvolvimento da economia do país (participando de 6% do PIB nacional) as agroindústrias contribuem para a segurança alimentar, conforto e melhoria da qualidade de vida. Agregam valor ao grande valor do agro.

     

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    Marcos Fava Neves é professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP (Ribeirão Preto – SP) da FGV (São Paulo – SP) e fundador da Harven Agribusiness School (Ribeirão Preto – SP). É especialista em Planejamento Estratégico do Agronegócio. Confira textos e outros materiais em harvenschool.com e veja os vídeos no Youtube (Marcos Fava Neves). Agradecimentos a Vinicius Cambaúva e Rafael Rosalino. 

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