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Subindo sem parar: DeSantis não só ganha de Trump, mas também de Biden

As pesquisas só trazem boas notícias para o governador da Flórida - e isso é péssimo para o ex-presidente perito em prejudicar a si mesmo

Por Vilma Gryzinski 15 dez 2022, 07h00

Quanto mais a estrela de Ron DeSantis sobe, mais calado ele fica. 

E, se continuar como indicam pesquisas mais recentes, a tática correta de não falar nada antes da hora sobre ambições presidenciais vai acabar reduzindo-o ao silêncio total.

A última, do Wall Street Journal, confirmou uma tendência quase inacreditável. Entre eleitores que pretendem votar nas primárias do Partido Republicano, 52% escolhem DeSantis contra 38% favoráveis a Trump.

Entre esses eleitores, obviamente os mais comprometidos com os valores republicanos, 86% têm uma imagem favorável do governador da Flórida, reeleito em novembro com 19 pontos de vantagem, a melhor notícia que os conservadores tiveram nesse ciclo eleitoral.

Em compensação, a aprovação a Trump caiu de 85% para 74%, um fenômeno que parecia impossível para um homem que havia provocado níveis de entusiasmo sem precedentes desde Ronald Reagan (os saltos de popularidade dos Bush, pai e filho, foram passageiros, relacionados a acontecimentos externos).

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A favorabilidade de DeSantis entre o conjunto do eleitorado cai para 43% (36% no caso de Trump). Mesmo assim, numa pesquisa do USA Today, ele venceria Joe Biden com 47% dos votos contra 43%.

São resultados nada menos do que espantosos – e, obviamente, como todas as pesquisas, devem ser vistos à luz dos acontecimentos do momento, com a inflação ainda alta, apesar de declinante e um presidente de 80 anos, o que não provoca muito entusiasmo nem em democratas arrebatados.

No caso de Trump, também pesa o desgaste natural, acelerado pela impressão de que ele perdeu a mão. Não tem mais o senso de timing que o levou à Casa Branca, contra todas as expectativas, e só fala do passado – a eleição presidencial que diz ter sido roubada. Eleitor gosta de ouvir sobre o futuro e o que será feito para melhorá-lo.

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Atitudes que soavam como provocação ao establishment quando ele explodiu no cenário político agora parecem não apenas mal concebidas, como lamentavelmente erradas. Nenhuma delas foi mais prejudicial a ele mesmo do que convidar para um jantar Kanye West, em pleno surto antissemita, e o convidado não anunciado que o cantor levou junto, Nick Fuentes, que concentra tudo o que há de errado na extrema direita de pendor neonazista e é repudiado pelos reais conservadores.

Trump sabotou tanto a si mesmo que nem conseguiu se beneficiar das revelações sobre os bastidores do Twitter na decisão de bloquear todo o jornal New York Post por causa de uma reportagem mostrando como Hunter Biden usava o nome do pai, então vice-presidente, para fazer negócios.

A censura aconteceu semanas antes da eleição de 2020 e nunca saberemos se poderia ter influenciado na vitória de Joe Biden.

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Assim que entrar na arena da política nacional, Ron DeSantis passará a ter um outro nível de avaliação, muito mais intenso. É possível que a decisão mais escrutinada seja a legislação que proíbe professores de discutir questões de identidade sexual com crianças até a terceira série.

A lei foi apelidada pelos adversários de “Don’t say gay”, um nome que pegou. É óbvio que democratas e a maioria esmagadora da mídia apresentaram DeSantis como um brucutu homofóbico, embora a lei soe razoável a 51% da opinião pública, com rejeição de 35%.

Assumir uma atitude beligerante na guerra cultural pode esquentar os ânimos do eleitorado republicano e esfriar o dos independentes. Os democratas mais convictos, claro, já não votariam nele de jeito nenhum.

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Joe Biden já disse que vai anunciar depois das festas de fim de ano se pretende disputar a reeleição. Suspense zero. Claro que vai ser candidato.

DeSantis vai continuar de bico calado, no senso estrito. No senso amplo, lança uma biografia logo no começo do ano intitulada, nada modestamente,  A Coragem de Ser Livre. E continua a levantar doações. Dos 200 milhões de dólares que sobraram de sua campanha a governador, sobraram 90.

Se ele anunciar que é candidato a presidente, tem que renunciar como governador. As primárias só começam em 2024 e ele sabe que se entrar no páreo, vai ter que aguentar os ataques não só dos democratas, mas principalmente de Donald Trump.

Por que não esperar enquanto o ex-presidente faz um trabalho tão bom em destruir a si mesmo?

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