Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Mundialista Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Vilma Gryzinski
Se está no mapa, é interessante. Notícias comentadas sobre países, povos e personagens que interessam a participantes curiosos da comunidade global. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Ricos também brigam por dinheiro público para aliviar crise

Tem famoso que se expõe, tem famoso que fala besteira e tem famoso que quer por a mão na imensa massa de grana do governo para salvar suas empresas

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 24 abr 2020, 09h29 - Publicado em 24 abr 2020, 07h29

Eta semaninha do cão. Mesmo com o refluxo nos países europeus mais maltratados, o novo corona continua a fazer estragos e cada nova pesquisa indica que o maldito faz coisas piores ainda do que se imaginava no organismo humano.

Sem falar na política, a qual vamos deixar de lado. Nem sequer vamos mencionar Donald Trump cogitando a hipótese de testar o uso de raios ultravioleta nos corpos dos doentes ou até injetá-los com os desinfetantes usados para limpar superfícies (“Não fazemos isso em nossos laboratórios”, suspirou Bill Bryan, um especialista do Departamento de Segurança Interna ao lado do presidente).

ASSINE VEJA

Coronavírus: uma nova esperança A aposta no antiviral que já traz ótimos resultados contra a Covid-19, a pandemia eleitoral em Brasília e os fiéis de Bolsonaro. Leia nesta edição. ()
Clique e Assine

E nada de falar, numa sexta-feira (para quem ainda se lembra dessas coisas) das mudanças tectônicas que a pandemia trará em todas as esferas da vida humana, da organização das sociedades e do jogo entre as grandes potências.

Para relaxar um pouquinho, vamos falar dos ricos e famosos, um assunto inesgotável.

A briga do momento é por causa de celebridades que casaram boa publicidade sobre si mesmos com negócios lucrativos. Agora, estão dispensando funcionários ou entrando nos programas criados a jato por diversos governos para salvar a economia injetando liquidez nas empresas.

Um exemplo: Victoria Beckham, que enterrou a imagem cafona de Spice Girl e se recriou como sofisticada estilista de moda, comunicou a seus 30 funcionários que está apelando ao programa do governo que cobre até 2.500 libras do salário de empregados colocados em licença não remunerada.

Continua após a publicidade

Se o negócio (que já não estava muito bom) parou, as lojas fecharam e a indústria do luxo é uma das mais estraçalhadas pela pandemia, por que ela não tem direito de fazer isso?

Porque é Victoria, casada com David Beckham. Tem uma fortuna de mais de 400 milhões de dólares, vive em boa parte da imagem de uma vida tão privilegiada que deixa a plebe de queixo caído.

“Quem tem uma coleção de bolsas de 1,5 milhão de libras pode perfeitamente pagar seus funcionários”, fuzilou um tuiteiro.

“Esses ****** dos Beckham, que vergonha. Para mim, acabaram”, disse outro.

Para complicar, o comediante Rick Gervais, deu um like no post, sob risco de acabar a amizade com o casal famoso.

Continua após a publicidade

Simon Cowell, o multiapresentador, na Inglaterra e nos Estados Unidos, dos programas de talentos que geraram tantas interações em todo o mundo, espetou: “Não gosto de celebridades dizendo aos outros o que fazer, mas tem gente com recursos na indústria e no entretenimento que deveria enfrentar esse enorme desafio”.

Detalhe: Simon está pagando o salário integral da equipe de 50 pessoas em Londres e Los Angeles.

Ao contrário da adorável Ellen DeGeneres, a segunda apresentadora mais amada dos Estados Unidos.

Depois de um mês de silêncio, a equipe de seu show diurno de entrevistas, cancelado, foi comunicada que teria um corte de 60% no salário. Pior: outros profissionais foram contratados para filmar o programa de Ellen, isolada em casa. Se tem uma coisa que deixa os poderosos sindicatos fulos…

Também caiu na boca do povo o bilionário dono da Virgin, Richard Branson (fortuna: 4,2 bi), por recorrer a um empréstimo do governo para salvar a companhia aérea – o setor mais ferrado pelo coronavírus. A Virgin Australia já pediu concordata.

Continua após a publicidade

Branson deu como garantia a Necker Island, seu paraíso nas Ilhas Virgens Britânicas – oferecida de graça para membros da família real ou o casal Obama ou alugada a preços estonteantes para milionários menos conectados.

“Essa ilha vale 500 milhões?”, contestou outro ricão, o empresário Duncan Bannatyne, escocês como Branson e criador de programas da linha Shark Tank.

“Eu recorri ao banco, não ao contribuinte britânico”, pisoteou Bannatyne. “Banco. É lá que um negócio viável consegue dinheiro.”

Acontece que, no sufoco global, o dinheiro está jorrando sem olhar a quem: não dá tempo de estabelecer controles rígidos (nem precisa dizer o que pode acontecer em certos países).

E quem precisa também não pode fazer luxo. O site Axios, criado por uma turma que saiu do Politico, está sendo criticado por pegar quase cinco milhões de dólares da torrente gerada pelo governo americano para empréstimos sem juros destinados a empresas de pequeno porte.

Continua após a publicidade

É uma gotinha d’água no último pacote aprovado pelo Senado americano – 484 bilhões de dólares – para cobrir o primeiro, rapidamente esgotado, que em português seria o equivalente a Programa de Proteção do Holerite.

“Vamos evitar demissões e cortes de salário para nossos 200 funcionários até o fim do ano”, apelou Jim VandeHei, um cobra do jornalismo que prometeu total transparência sobre o empréstimo.

“Como o Axios pode cobrir o governo Trump e receber dinheiro dele?”, cutucou o Daily Beast.

Ah, se soubessem como são as coisas em certos países.

Falar mal dos ricos é um passatempo mundial. Ainda mais nesses tempos bizarros em que tem gente trancada em apartamentos de 50 metros quadrados com tempo mais do que de sobra para olhar o Instagram dos que reclamam por estar passando a quarentena em propriedades no campo, com muito verde, piscina, esportes e comidas feitas por chefs famosos (250 dólares por dia, fora os ingredientes, é o preço de um nos Hamptons, o famoso reduto praiano dos milionários americanos da Costa Leste).

Continua após a publicidade

Numa única compra de supermercado nos Hamptons, um cliente gastou oito mil dólares, principalmente em carne de churrasco e vinhos.

Ficou famosa – ou infame – a história contada por um corretor sobre o cliente que ligou, disse que tinha 200 mil dólares para depositar no ato no aluguel e já estava colocando a família no carro para sair de Nova York. É claro que encontrou uma casa daquelas.

Sem falar nos que já tinham seus próprios bunkers construídos para caso de grandes emergências, com todos os luxos – às vezes, até um bunker adicional, para guardar os “brinquedinhos”, como coleções de arte, de vinhos e, no caso americano, de armas.

“Alguns estão construindo túneis entre os dois bunkers para que possam visitá-los”, disse ao site Vice o dono de uma empresa especializada nesse tipo de serviço. Normalmente, ele vendia dois bunkers por semana. Passou a vender catorze.

Nada, ao que se saiba, ainda se compara ao novo rei da Tailândia, Maha Vajiralongkorn, que conseguiu uma autorização do governo da Alemanha, onde morava antes dessa chatice de ser rei, para alugar um resort inteiro nos Alpes, fechado só para sua comitiva.

Maha se instalou no Grand Hotel Sonnenbichl com legiões de empregados, vinte concubinas e pelo menos algumas das quatro mulheres oficiais (o número varia, conforme ele vai expurgando umas e substituindo outras).

Mais de 100 já foram despachados de volta, por suspeita de infecção.

Os ricos também sofrem.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.